📕 José Carlos Vieira – Discurso de posse

Discurso para posse na ALJ

José Carlos Vieira

Minha saudação à presidente da Academia Joinvilense de Letras, Sra. Maria Cristina Dias. Minha saudação às eminentes Acadêmicas e Acadêmicos.

Saudação aos meus colegas que são empossados hoje, Simone de Nascimento Silva e Walter de Queiroz Guerreiro.

Saudações aos familiares e amigos, senhoras e senhores que nos prestigiam com suas presenças.

Saudação especial ao meu irmão Xuxo e esposa, aos meus filhos Carlos Vinicius, Maria Clara, Maria Julia aqui  presentes e aos filhos “on line”, Carlos André, esposa Luana com meu neto João, Maria Cláudia e genro Maurício com minha neta Elena, em Curitiba,  Maria Carolina e Loic na Bélgica e Caio e Caroline em São Paulo.

Felicidade!

Felicidade de estar aqui desfrutando da companhia de todos vocês nesse momento. Ouso dizer que estamos não só sendo vistos e ouvidos pela internet, mas sinto que há aqui uma presença maior, uma audiência maior e muito respeitável, daqueles que nos antecederam nesta Academia, dos nossos entes queridos que já nos deixaram fisicamente. A Dona Herondina, mãe e professora, e o Seu Leléu, mestre e artista, não perderiam de nos ver aqui em tão distinta e augusta assembleia.

Esse é um desses momentos que valem a vida. E devo, desde já agradecer ao meu padrinho, Dr. Ronald Moura Fiuza por ter lido meus livros e ter visto, mais com os olhos do coração, algum valor que me permitiria ascender a esta elite literária. Aos ilustres membros que me aceitaram e me acolhem hoje o meu profundo agradecimento.

O Patrono da cadeira número 4 que ocuparei é o proeminente Aurino Soares, o fundador do nosso respeitado Jornal A Notícia. Nascido em Palmas, no Paraná, com 27 anos de idade, em 1922, chegou a Joinville,  que então tinha cerca de 25 mil habitantes, e aqui se fixou, fundando no ano seguinte o semanário em língua portuguesa A Notícia.

A redação contava com Aurino Soares e mais dois funcionários.

Com seu tirocínio jornalístico e empresarial, nas duas décadas seguintes fez do A Notícia o maior jornal do Estado de Santa Catarina e um dos mais respeitados do País. Nos deixou em 1944, repentinamente, mas seu admirável legado fica para sempre registrado e em nossa história.  Como engenheiro civil, tive a satisfação de construir através de nossa empresa o prédio que abrigou o melhor e mais moderno parque jornalístico do Estado, no final da década de 70, na Rua Caçador 112, para A Notícia.

Tenho a honra de suceder nesta cadeira ao Profesor Miraci Dereti, de quem fui colega no magistério, ensinando matemática, e, na Prefeitura Municipal, como integrantes do Governo Municipal. Entre tantos momentos, relembro que colocamos juntos a pedra fundamental do Arquivo Histórico de Joinville e participamos de sua inauguração com a presença do Ministro Celso Furtado.

Miraci Dereti nasceu em Jaraguá do Sul em 1942 foi, além de professor,  ator, diretor, escritor e dramaturgo. E político: vereador de Joinville em 1973 e Deputado Estadual no mandato 1975/1979. Foi o primeiro presidente da Fundação Cultural de Joinville.

Em 1968, em plena ditadura militar no Brasil, sua peça Os Palhaços que apresentava uma crítica ao comportamento da época, foi suspensa por determinação da censura vigente.

Outra peça importante de sua autoria foi “A Litorina”, descrita pelo próprio Dereti como “uma tragédia moderna”.

Três personagens centrais movimentam a peça, num bar de uma estação ferroviária. O chefe da estação, ILDEFONSO, agiota preocupado com seus lucros, SEVERINO, bêbado com dificuldade de sustentar a família e AMARO, um vendedor que chega com a Litorina e participa das discussões. Oito apresentações movimentaram a cena artística de Joinville em 1970, com atuação do próprio autor, do jornalista e historiador Apolinário Ternes e do professor Félix José Negherbon, como atores!

Minha homenagem à memória de MIraci Dereti, aos seus familiares e amigos entre os quais  os desta Academia.

Felicidade. Minha pesquisa transformada em livro intitulado “Felicidade Sustentável” procurou entender o que pode fazer uma cidade e seus habitantes mais felizes, uma vez que tenho me dedicado ao estudo do planejamento regional e urbano, como professor da Udesc e como político. Busquei nos filósofos, poetas e cientistas da psicologia positiva o que pode nos proporcionar felicidade duradoura.

Promover o encontro das pessoas é o principal mandamento. Através das associações, clubes, culturais ou de lazer e esporte, nas igrejas, em família, em toda e qualquer reunião em que as pessoas possam se conhecer e estabelecer laços sadios e duradouros.

Felicidade é estar com quem se ama.

Prezados acadêmicos, neste momento difícil que nossa civilização atravessa, nessa penumbra desse manto de dúvidas que cobre a humanidade, mais ainda esta entidade tem sua razão de ser, posto que aqui se difundem ideias, se descortinam verdades, se iluminam pensamentos e se cultivam sonhos através da arte da escrita e da poesia.

Inspirado em Mario Quintana : “As palavras não mudam o mundo, mas mudam as pessoas e estas mudam o mundo.”

Sejamos felizes. Muito Obrigado

José Carlos Vieira

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