📖 Simone do Nascimento – Recepção por Marinaldo Silva

DISCURSO DE RECEPÇÃO PARA SIMONE NASCIMENTO

Marinaldo Silva

No leito do Rio Bonito apareceram raízes de Simone, todas de nascimento marcado com uma constelação de estrelas. Dizem que surgiram sob um dia chuvoso e se enroscavam nos pés, virando uma espécie de enfeite para os caminhos. As raízes dessa planta Simone são muito raras, e os mercadores, que antigamente atravessavam o oceano e hoje fazem compras expressas, avaliaram, no último leilão, Simone com um valor bem acima de uma gema esmeralda encontrada na Escandinávia.

Essa pequena apresentação, feita num encontro de escritores organizado por Simone do Nascimento enquanto coordenadora da Associação das Letras de Joinville, eu havia feito em homenagem às mulheres presentes, inspirado no livro As Cidades Invisíveis, de Italo Calvino. Resolvi repeti-la aqui por vários motivos que me emocionam: o fato de Simone ter gostado tanto da sua introdução que a emoldurou, o fato dela ter ficado visivelmente irrequieta e feliz, o fato de que também somos uma cidade constantemente em obras, e mais especificamente, porque essa cidade Academia ganha muito com a entrada de uma mulher que não é feita só de palavras bonitas e discursos vazios, mas de ações concretas: ela faz da palavra o Verbumm com que foi forjada.

SIMONE DO NASCIMENTO SILVA, nasceu em 1972 na cidade de Imbituba, filha do casal senhor Celso Nunes do Nascimento contador aposentado da Prefeitura Municipal de Imbituba e da senhora Maria Albertina Miguel do Nascimento uma exímel costureira; em 1994 após seu casamento com Luiz Vanderlei da Silva, veio para Joinville onde reside há 25 anos. É formada em LETRAS e DIREITO pela Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, pós-graduada em Direito Público e Prática Jurídica pela Fundação Universidade Regional de Blumenau – FURB, e pós-graduada em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas. Atualmente, é mestranda em Patrimônio Cultural e Sociedade pela Universidade da Região de Joinville.

Exerceu várias atividades na área educacional sendo professora doa Educação de Jovens e Adultos, também como conciliadora pública já adentrando na área jurídica, e uma de suas maiores contribuições como cidadã foi durante sua coordenação do Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura, programa conhecido como SIMDEC, e que tem sido quase que a única porta de saída para grande parte dos artistas da cidade.

Hoje é servidora pública municipal lotada na Secretaria de Assistencial Social, e, dedicando-se ao serviço voluntário, é Presidente da Associação das Letras, dedicando-se ao desenvolvimento literário, tendo desenvolvido o projeto ARRASTÃO DAS LETRAS, além da sua atuação determinante nos últimos dois ENCONTROS CATARINENSE DE ESCRITORES E LEITORES.

Como contribuinte ao universo autoral daqueles que publicam, pois escritora sempre foi de grandes histórias que a fizeram chegar até aqui, Simone teve sua primeira publicação lançada em 17 de junho de 2017:  “Uma Festa de Tradição Açoriana: Festa do Divino Espírito Santo e Santa Ana”. Seu segundo livro é de 2018 “ Vida e Obras de Marcos Rück”. Teve poemas publicados nas antologias Viagem das Letras, de 2017, Letras Associadas, de 2018, Mulheres Antologia Poética, de 2018, e num projeto sobre adoção, também intitulado de Letras Associadas, edição de 2019. No livro OLHARES DE SAUDADE, de 2020, também teve poemas publicados, e em 2020, finalizou um projeto com poemas escritos a partir do olhar sobre as Artes Plásticas, mas que ainda será lançado. Ainda em 2020, participou da antologia da Editora Manuscritos, com poemas sobre “artes plásticas”, que em breve será lançado. Para o ano que vem, planeja lançar “Memórias de minha Vó Odete” – trazendo a tona a escrita de sua avó; e “Biografia sobre o comendador Dr. João Rimsa, o grande industrial de Imbituba”.

Mas uma vida não é feita só de currículos e documentos, é feita de momentos, de esperança tanto quanto de desesperança, de confiança tanto quanto de dúvida, de ascensão tanto quanto de quedas. Uma vida não é feita só de efemeridade como tem sido esse tempo em que adentramos sempre espantados, onde a música transformou-se em descarte e as crônicas dos jornais se imediatizam em menos de dois mil caracteres…Também precisamos de raízes. E hoje, mais do que nunca, ao conhecer um pouco da biografia e do currículo dessa senhora, Simone de Nascimento, e do Nascimento, vemos suas raízes como uma grande Ficus que se estende rompendo a terra em direção a fontes de água. Por isso, é com muito orgulho que assumo esse espaço, sabedor da minha arquitetura sempre com uma parede a derrubar para a subida de outra, para dar às boas vindas a essa cidade-mulher, a essa dama de ação que se faz verbo, e que assume toda sua parte de divindade para imortalizar-se nesta casa, e honrar sua grande deusa: a DeusaPalavra.

Marinaldo de Silva e Silva

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