Ac. Nelci leu “O construtor de pontes”, de Markus Zusak

O Construtor de Pontes  – resenha

Markus Zusak, autor do best-seller de A menina que roubava livros e que lhe rendeu sucesso mundial, escreveu também A garota que eu quero e Eu sou o mensageiro. A obra O construtor de pontes, segundo o autor foi escrito ao longo de treze anos, “uma grande jornada para Zusak, mais grandiosa ainda para quem o lê”.

Acabei de ler o Construtor de Pontes, mais de 500 páginas de beleza, tragédia, sensibilidade e até brutalidade. A saga de uma família marcada por momentos tristes, pesados, mas também de carinho, amizade, amor e perdão. O interessante é que os momentos marcantes são enleados por uma linguagem poética e profunda, em que o leitor é obrigado a tirar suas conclusões nas entrelinhas para a continuidade da trama.

O casal, que mantinha um amor acima de qualquer média teve cinco filhos homens. Em determinado momento, a mulher, Penny, foi diagnosticada de câncer, com a previsão de seis meses de vida, quando começou a penosa caminhada. Professora da escola em que seus filhos estudavam e pianista clássica, mesmo doente fez o maior esforço para que todos os filhos aprendessem a tocar. E eles odiavam, porque, por esse fato os colegas de escola faziam chacota e os chamavam de “princesas”, gerando brigas memoráveis e sangrentas, que se estendiam entre os próprios irmãos.

A agonia de Penny demorou um ano e meio e quando veio a morrer, o pai dos cinco meninos, Michael, tornou-se um morto vivo, até que um dia os abandonou, retirando-se para lugar ignorado. Lançados num mar de  desamparo, solidão e desespero, apelidaram-no de Assassino.

Após alguns anos sem notícias do pai, em uma tarde de verão, um estranho em ruínas trajando um terno, apareceu. Era o Assassino. Veio com o intuito de levar pelo menos um dos filhos para ajudar-lhe a construir uma ponte sobre o rio, através do qual se chegava à cidade em que morava. Foi escorraçado pelos cinco! Mas deixou seu endereço escrito em um papel.

Dias depois, o quarto filho, que corria todos os dias e nem sabia o porquê, decidiu procurar o pai e ajuda-lo a construir a ponte. Tinha então 16 anos. Entre projetos, desenhos, mágoas, explicações, lembranças e marcas do passado a ponte surgiu linda, imponente e segura. Clay, o menino construtor saiu pelo mundo a erigir pontes, retornando após anos, homem feito, quando a família entre lágrimas de alegria e perdão se reuniu outra vez.

“O tempo, assim como o rio sob a ponte, tem uma força avassaladora, capaz de destruir, mas também de conciliar. Basta que alguém se disponha a desafiar a correnteza” (resumo da contracapa do livro).

 

Nelci Seibel

 

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