E quando ensino (Milton)

E QUANDO ENSINO…

      MILTON MACIEL

Comecei aos quatorze anos: professor particular de matemática. Aos 16, no primeiro ano do colegial, formei uma turma de alunos do terceiro e preparei-os para o vestibular. Passaram os seis! Eu era precoce e muito bom em exatas, ganhava assim o dinheiro para gastar com as namoradinhas, com minhas aulas de piano e com… doces!

Depois, adulto, dei aulas de química, ótica física, instrumentação científica, métodos químicos analíticos. Junto vieram os seminários sobre Edgar Cayce e o “Sono, Sonhos e Autocontrole”, com os quais percorri o Brasil e, depois, os Estados Unidos.

Escrevi umas bobagens contra Astrologia e alguns astrólogos me peitaram em São Paulo. Fiquei pasmo de ver que dois deles eram engenheiros também. Fiz uma aposta com eles e… perdi! Provaram que eu escrevera contra horóscopos e que Astrologia era algo muito mais profundo. Mergulhei de cabeça no estudo, complementei com psicologia analítica junguiana, valeu-me muito o fato de ter feito, durante anos a fio, todos os cursos do Planetário do Ibirapuera, da astrofísica à construção prática de telescópios.  Assim, anos depois, acabei criando em São Paulo o primeiro projeto de curso de nível superior, com quatro anos de graduação em Astrologia. Durante esses anos ensinei mitologia, cálculo, trigonometria esférica, geometria analítica, astronomia, teoria dos aspectos, interpretação, técnicas de previsão, ética profissional e técnicas de aconselhamento.

E então vieram os anos todos de agricultura orgânica. Fui produtor em Ibiúna, Atibaia, Jarinu e na capital, membro da Associação de Agricultura Orgânica de São Paulo; e segui minha saga de professor viajante, de São Paulo ao Nordeste (onde fui Secretário de Agricultura em Alagoas), ao Norte, a Santa Catarina, aos EUA.

Aí ensinei de um tudo e foi uma fase maravilhosa e gratificante, décadas de convívio direto com os produtores agrícolas, a gente boa e simples do campo, ensinando técnicas que iam do controle biológico à irrigação por gotejamento, da hortifruticultura à cana de açúcar e ao café orgânicos, da montagem de engenhos à de laticínios. Publiquei 14 livros e manuais técnicos sobre esses assuntos e dei incontáveis treinamentos para produtores e cursos para agrônomos e veterinários, muitos deles como consultor do SEBRAE.

Então, publiquei meus primeiros romances. E me tornei editor também. Fui para os Estados Unidos em 2006, fiz dezenas de cursos e seminários para escritores e editores e, lá, acabei criando o The Publishable Writer, que embasou o meu curso o Escritor Publicável, atualmente a Escola Brasileira do Escritor, que tenho agora em São Paulo. A partir de 2013, nunca mais parei de dar cursos para formação de escritores. E agora, 2019, estou estreando como professor online. Simplesmente fantástico, o alcance é apenas planetário! E mais: vejo-me agora como professor de escrita e marketing livreiro por meio de uma revista profissional, a primeira do Brasil para escritores e aprendizes, a Revista ESCREVER, por causa da qual troquei a doçura de uma enfim possível aposentadoria em Santa Catarina pela loucura e azáfama da Pauliceia Desvairada mais uma vez.

É, acho que serei professor até o meu último suspiro. É loucura e doçura que não tem cura… 

SOU PROFESSOR

MILTON MACIEL

Ser professor é minha eterna sina.

É minha mente que aprende, mas minha alma que ensina.

Professor fui, professor sou e continuarei sendo;

Pois, quando estudo, cresço. E, quando ensino… aprendo.

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