Entre a emoção da arte e a sensação da vida (Lufiego)

Pequena Licença Protoprosapoética

Entre a Emoção da Arte e a Sensação da Vida

 

A espontaneidade das palavras é o batismo dos “crentes na oração”, através de um mergulho vertiginoso e completamente às cegas nas águas profundas e misteriosas da melodia intrínseca ao encadeamento dos vocábulos constituintes desta língua brasileira exótica, cheirosa e faceira – como diriam os anglo-saxões, os alemães e alguns brasileiros como o ex-engraçado Jô Soares.

– Na verdade ele é um grande artista, multitalentoso, um sujeito, se não me engano, educado na Suíça e ídolo de muitos brasileiros, muitos mesmo, milhões e milhões de fãs em todas as regiões desde imenso país; parabéns Jô! Eu é que sou um péssimo telespectador, que não gosta da maioria das entrevistas. Nada pessoal, pois também nunca consegui assistir por inteiro um programa do David Letterman ou da Oprah Wittney. Prefiro o escurinho do cinema em casa – o romitiater no dizer do nosso primo Macunaíma – onde o rol das possibilidades interessantes é interminável. De Terra em Transe, do cineasta de Vitória da Conquista àqueles seriados dos anos 60 e 70, sob a batuta do mestre Irwin Allen. Canteiros formados por terra preparada, bastante fértil onde jogamos nossas sementes e onde buscamos suprimento para os nossos limites pelo exercício do simples prazer.

Concluo e reafirmo que a Califórnia é a terra do cinema e a Bahia é a terra do cheiro de pele temperada com azeite de dendê, sal do mar e muito Sol. Uma produz o chip eletrônico, que condensa o mundo, a outra produz poetas sedutores, que declamam loucas poesias sob o luar.  Uma produz a emoção da arte e a inteligência, a outra propicia a sensação da vida e o amor. Fico com as duas!

 

Marcelo Lufiego

COMPARTILHE: