Milton Maciel – Recepção por Nelci Seibel

Sr. Presidente da Academia Joinvilense de Letras, Carlos Adauto Vieira

Demais componentes da mesa, boa noite!

Em primeiro lugar quero dizer que me sinto imensamente honrada em recepcionar o escritor, poeta, músico e professor internacional Milton Maciel, como membro da Academia Joinvilense de Letras. Disseram-me que, por ser também gaúcha, eu seria indicada para tal.

Milton tem pai brasileiro e mãe uruguaia, nascido em Santana do Livramento/Rivera, cidade em que uma rua divide dois países: Brasil, no Rio Grande do Sul e Uruguai. Isso significa que é bem gaúcho da fronteira, de “faca na bota”, como dizem por lá.

Ele nasceu em 11 de julho de 1943, tendo, portanto, 72 anos. Cursou engenharia química em Porto Alegre e logo depois se mudou para São Paulo, onde permaneceu trabalhando por 25 anos no campo da instrumentação científica aplicada a análises químicas. Foi em São Paulo que começou também com atividades de produção em Agricultura Orgânica, área em que passou a se tornar consultor e conferencista. Em função disso, viveu quatro anos em Maceió – Alagoas, ocupando uma secretaria de Agricultura e atuando como consultor do SEBRAE.

Retornando ao Sul, viveu um ano em São Francisco do Sul, na praia de Enseada, período em que escreveu três dos seus livros sobre Agricultura Orgânica e Biocombustíveis.

Depois, projetos agrícolas que instalou para clientes, o levaram a morar por um ano e meio em Vitória, Espírito Santo período em que prestava consultorias em Itabirito, Minas Gerais e também em Ilhéus, Bahia.

Em 2002 voltou para São Francisco e em seguida fixou residência em Pirabeiraba, onde permanece até hoje. Mas em termos: de 2006 a 2013, Milton Maciel vivia a metade do ano em Miami, Estados Unidos e a outra metade aqui, em Pirabeiraba, sempre proferindo conferências nas áreas de biocombustíveis, agricultura orgânica, contaminação de alimentos e nutrição Paleolítica. Já dá para perceber que Milton tem sido bem “cidadão do mundo”, no sentido de levar seus conhecimentos e experiência para onde fossem solicitados.

Foi nesse período que Milton começou a escrever livros de ficção, tendo até hoje 32 obras publicadas.

Vários destes livros são romances, em que destaco “Monsueur Le Prince Essomericq” – romance histórico, ambientado na França do século XVI, com um longo flashback em Santa Catarina, baía Babitonga. Essomericq foi o indiozinho Iça Mirim, que Binot de Goneville – considerado o descobridor de São Francisco do Sul -, levou com ele para Honfleur, França. Este índio é o narrador da história, que começa a contar aos 92 anos.

Milton escreveu também novelas e uma delas se intitula “Os Reflexos do Peixe Brilhante” – que na linguagem indígena significa “Pirabeiraba”. Escreveu contos como: “Hello Tchê! Contos de Norte a Sul; Contos Vaticanos e “O Filho da Empregada”. Como ativista do feminismo há mais de 25 anos, escreveu também ensaios sobre este tema, que não tive ainda a felicidade de ler, mas tenho certeza que são muito interessantes.  Um deles se intitula “Como é Caro ser Mulher!” e outro, “A Bela Morde a Fera”.

Milton, este escritor multifacetado é poeta, incluindo um livro de poesia infantil, “A Princesinha Quer Dançar”. Recentemente lançou na Academia de Letras e Artes de São Francisco do Sul o livro “Ah, O Amor!” poemas de amor e de vida, em português, alguns em espanhol, inglês e também francês.

É claro que o poema que mais admirei neste livro é “O poeta e o Guasca”, que conta um momento de interface entre um fardado da Academia e um guasca (gaudério ou gaúcho), os dois lamentando a ausência de sua amada, cada qual à sua maneira.

Tem poemas de humor também como: “As mulher braba do baile e “A culpa é das mina”.

O novo membro da AJL é o criador do Curso de Formação de Escritores Auto-Editores: “O Escritor Publicável”.

Assim, Milton Maciel, que ocupa a partir desta data a vaga deixada pela poeta Josette Maria Schwoelk Fontán, na Academia Joinvilense de Letras. E eu renovo minha alegria e honra em ter a oportunidade de apresentar tão importante figura literata e intelectual, brasileira e internacional: Milton Maciel. Muito Obrigada!

(Joinville. 2 de Setembro de 2015).

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