Monsenhor José Chafi – Discurso de posse

Coube-me neste instante falar um pouco de dois personagens que pelo seu caráter e trabalhos em prol de nossa querida Joinville são exemplos de vida e doação: Dr. Sadalla Amin Ghanem e Dom Pio de Freitas Silveira meu patrono.

Dr. Sadalla Amin escritor cuja cadeira passo a ocupar marcou presença em Joinville, como médico e como cristão. Filho de Cesar e Helena Amim, imigrantes libaneses, radicados nesta cidade. Veio do Líbano para Santa Catarina, ainda menino permanecendo aqui algum tempo. Retornou ao Líbano para os estudos secundários. Concluído seu curso, voltou ao Brasil para seguir curso superior, matriculando-se na Faculdade de Medicina no Paraná. Formado oftalmologista, iniciou sua profissão como médico aqui em Joinville, com eficiência e dedicação. Casado com a senhora Alice, teve 3 filhos: Terezinha, Omar e Emir também oftalmologista destacando-se pela fundação do Hospital de Olhos Dr. Sadalla Amin, referência nacional.

Como escritor Dr. Sadalla, em seu livro “Impressões de Viagem – Líbano Brasil” – publicado em 1936, obra fantástica, onde o autor coloca todo seu sentimento a pátria que deixou, enaltecendo este país cantado por inúmeras vezes nas Sagradas Escrituras.

Dom Gregório Warmeling ao assumir a diocese em 1957, lançou a ideia de uma nova Catedral para Joinville. Dr. Sadalla foi convidado para fazer parte da comissão pró construção, trabalho este que desempenhou muito bem arrecadando fundos para que a catedral fosse construída.

Durante os anos da construção da Catedral, Dr. Sadalla foi escrevendo pensamentos e provérbios depois editado com o título Catedral.  Uma experiência de sabedoria que enriquece e aquece o coração do leitor.

A Catedral São Francisco Xavier obra monumental está aí para admiração de todos e para servir como lugar de oração e gratidão a Deus.

Caríssimos acadêmicos, devo dizer-lhes que escolhi como Patrono D. Pio de Freitas Silveira o primeiro bispo de Joinville. Nomeado Bispo pelo Papa Pio XI e designado para a Diocese de Joinville, aqui chegando tomou posse no dia 18/08/1929.

Nasceu Dom Pio em Campo Belo, Minas Gerais no dia 29/04/ 1885. Estudou na França e lá foi ordenado sacerdote.  Brilhante orador, escritor, dominava com facilidade o francês e o latim.

Quando Joinville celebrava os 100 anos de existência, Dom Pio de Freitas colaborou com um artigo com o título “Desenvolvimento Religioso Católico” para o livro Centenário de Joinville, organizado pela Sociedade Amigos de Joinville (pag. 147).

Uma resumida e precisa história do catolicismo em Joinville desde que aqui chegou o 1º pároco católico Pe. Carlos Boergehausen.

Além deste escrito, publicou Cartas Pastorais todas direcionadas aos fiéis católicos sobre vários assuntos. Também através do jornalzinho Tolle e Lege (Toma e Lê) as notícias do desenvolvimento religioso e social da diocese.

Dom Pio ampliou a antiga Matriz construída pelo Pe. Carlos Boergashausen. Edificou o Palácio Episcopal vendido por Dom Gregório que se tornou Hotel Anthurium , sito na Travessa São José.

Criou novas paróquias na diocese e recebeu novas ordens religiosas.

Em vista do mal de Parkinson renunciou do Munus Episcopal e faleceu em Curitiba no dia 19/05/1963.

Seus restos mortais repousam na cripta da Catedral São Francisco Xavier.

Os 26 anos incompletos de pastoreio de Dom Pio deixaram marcas profundas no coração de quem o conheceu. Dom Pio, figura ímpar, viveu para “servir”. O trabalho e desempenho na diocese atingiu o coração dos diocesanos porque toda sua vida foi pautada pelo Evangelho cuja máxima é Amar.

Agradeço o convite e eleição para participar desta academia, e que o Bom Deus rico em misericórdia nos ilumine para a missão que cabe a cada um de nós na família e sociedade.

 

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