Se Maquiavel fosse vivo

Acho que Maquiavel, genial pensador florentino, jamais pode conceber, em sua época, que suas ideias poderiam, em muitos aspectos, chegar aos tempos atuais com a mesma desfaçatez de seres mortais travestidos de políticos e dirigindo cinicamente seus pupilos e seus mandatos na base do cabresto. Quem poderia supor, leitor, você que me lê com certa modorra, conceber nos dias atuais Toninho Malvadeza aos afagos com Ciro Gomes?  As trocas de figurinhas do caudilho Leonel Brizola com Jorge Bornhausen? O abraço cínico  e despudorado de FHC e Itamar depois de trocas seguidas de retaliações? Os exemplos são muitos. Ficaríamos aqui, à exaustão, citando fatos dessa natureza. No andar da carruagem, seria de bom alvitre repetir o genial humorista Stanislaw Ponte Preta: vivemos na política brasileira o samba do crioulo doido. Nada mais vai nos admirar: ver de uma hora para outra o Dom Quixote de Alagoas abraçado com Paulo Maluf, um novo Lázaro ressuscitado após ser dado como morto pela mídia e pelo mais humilde brasileiro.

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