Ac. Walter Guerrero leu “O Palácio da Memória”, de Nate DiMeo

 

De imediato o título me atraiu por lembrar do “Palácio da memória de Matteo Ricci” escrito por Jonathan Spence a respeito da vida de um jesuíta que parte da Itália em 1557, viaja pela índia, China e morre em 1610 e em que o autor se afasta das biografias tradicionais e interpreta de forma acessível, porém erudita, um grande número de informações sobre a época. Esse Palácio da Memória escrito por Nate Dimeo artista-residente no Metropolitan Museum ( 2016-2017) surgiu de um podcast de sucesso na rádio norte-americana durante uma década contando narrativas verdadeiras à margem da história oficial, trajetórias de vida alegres, bizarras , cômicas, incríveis na vida de pessoas comuns, outras famosas como Samuel Morse inventor do telégrafo, John Audubon ornitólogo referencial na zoologia norte-americana, Elisha Otis inventor do elevador. Essas narrativas podem ainda serem ouvidas, entretanto Caetano Galindo professor de linguística da UFPR teve a ideia de selecionar cinquenta episódios e publicá-los em livro que explica o sucesso de Dimeo: a linguagem é acessível a qualquer um , a forma de narrar a história dos personagens gera empatia, a pesquisa de Dimeo é séria e pode ser comprovada( o que como historiador me dei ao trabalho de fazer) por mais incríveis que sejam as histórias. Cada capítulo é um conto curto, conto verdadeiro sobre pessoas nem sempre lembradas e das dificuldades encontradas por visionários e heróis anônimos muitas vezes relegados ao esquecimento por premeditação.
Sendo o autor Dimeo norte-americano a maioria dos personagens são de seu país ou da Inglaterra, alguns contam sobre animais, e por que não? Difícil dizer qual me agradou mais, um deles por exemplo sobre a eterna ingenuidade humana em 25 de agosto de 1835 a propósito das descobertas do astrônomo Sir John Herschel que através de possante telescópio confirmou descobertas de seu pai sobre a Lua; o jornal The New York Sun durante três dias descreveu a vida fantástica dos selenitas e o público piamente acreditou o que me remeteu a Orson Welles em 1938 criando pânico com uma transmissão pelo rádio sobre a Guerra dos Mundos .
Enfim uma visão sobre a Magia da América na vida daquele seu vizinho a quem você nem presta atenção, ou seria dos deuses americanos, mas isso é outra história!

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