AUGUSTO SYLVIO PRODÖHL – Fundador
Cadeira 23
AUGUSTO SYLVIO PRODÖHL (*1917 +1985)
Patrona: Julie Engell-Günther.
AUGUSTO SYLVIO PRODÖHL – O ACADÊMICO PIONEIRO
O nome de Augusto Sylvio Prodöhl está relacionado aos primórdios da Academia Joinvilense de Letras, eis que participou do seleto grupo que, juntamente com Adolfo Bernardo Schneider e outros homens de relevo de nossa intelectualidade, veio a fundar, em janeiro de 1961, o “Instituto Joinvilense de Cultura”. Todavia, com a morte do presidente do Instituto naquele mesmo ano, a eleição de um dos seus membros para a Câmara Federal e a transferência de Augusto Sylvio para Florianópolis, onde assumiria a cátedra de sociologia na Universidade Federal, o grupo de desfez.
Quase uma década depois, em 1969, os membros remanescentes se reuniram a outros literatos para formar, então, a Academia Joinvilense de Letras, que significou a concretização do sonho cultural de toda uma geração de intelectuais de Joinville e região.
Nascido a 17 de março de 1917, Augusto Sylvio foi um intelectual como poucos em seu tempo, transitando com facilidade pelo ensino, pelo jornalismo e pela literatura, onde versou sobre temas os mais diversos. Exemplificando, em 1955 é de sua autoria a obra “Assimilação e Brasilisação Germânica: Conceituação de Etnias no Brasil”, enquanto que, no ano seguinte, trouxe à luz a obra “O Engenheiro Misael” para, em 1961, lançar um romance histórico sobre Joinville intitulado “Às Margens do Cachoeira”.
Definitivamente, foi um homem que não encontrou dificuldades em percorrer os extremos, passando desde a condição de um dos maiores colaboradores do jornal “Correio do Povo”, de Jaraguá do Sul, até o ponto de ter seu nome incluído num seleto grupo de autores brasileiros pela Faculdade de Filologia e História da Universidade de Augsburg, na Alemanha. Nos últimos anos de vida, tornou-se também um colaborador freqüente do periódico universitário “O Acadêmico” – de nome tão evocador – lançado pela FURB, onde participou (entre os anos 1977-1979) com os seguintes ensaios, nos campos da literatura, da psicologia e da educação: “Ignorância e Rotina”, “Fantasia e Realidade”, “Pantomima Humana”, “Dogmatismo Mitológico”, “O Evangelho do Nada”, “Patologia Universitária”, “O Estado para o Povo” e “Sistema Escolar e Equipamento Social”.
Casando-se com Adele Ellen Andersen, com quem teve 3 filhas, tornou-se genro do dinamarquês Jacob Andersen, cujas coleções de indianologia e de antiguidades atraíram as atenções de estudiosos do país e do exterior, e cujo amplo acervo bibliográfico sobre a fauna e flora brasileiras fora objeto de consultas por cientistas de várias partes.
Infelizmente, a 26 de junho de 1985, este brilhante professor, sociólogo, jornalista e escritor, cuja trajetória, por si só, já serviria para imortalizá-lo, veio a falecer. Desde 20 de maio de 2017 a Academia Joinvilense de Letras lançou Edital para, em até 60 dias, receber inscrições de interessados em sucedê-lo na cadeira que, merecidamente, ocupou durante seus últimos 16 anos de vida, o que culminou com a eleição de Joel Gehlen como seu sucessor.
(pesquisa e redação por: Paulo Roberto da Silva, secretário-geral da AJL, a 17/06/2017, revisado em 09/02/2019).
Fonte da imagem: Acervo da Família Prodöhl.