📓 Simone do Nascimento Silva – Discurso de posse

DISCURSO DE POSSE DA ACADÊMICA SIMONE DO NASCIMENTO SILVA

Simone do Nascimento Silva

Boa noite,

Sra. Presidente da Academia Joinvilense de Letras Maria Cristina Dias

Sr. Vice-Presidente Ronald Moura Fiuza,

Senhoras Acadêmicas,

Senhores Acadêmicos,

Autoridades aqui presentes,

Meus queridos familiares pai, mãe, marido, irmã, cunhado e afilhado, em cumprimentando vocês cumprimento a todos os familiares aqui presentes,

Minha querida e atenciosa acadêmica e amiga Sra. Else Brum

Queridos e especiais amigos que devem estar nos assistindo de casa neste momento,

David Gonçalves,

Milton Maciel,

Hilton Gorrënsen,

 

Queridos amigos diretores da Associação das Letras que trabalham comigo há dois anos consecutivos,

A minha querida amiga e editora de meus livros Bernadete Schatz Costa,

Aos amigos aqui presentes, e

A todos os amigos e familiares que nos assistem virtualmente,

Preciso começar agradecendo aos queridos amigos acadêmicos que votaram e aprovaram meu ingresso para esta casa; ressaltar minha imensa alegria quando soube que minha aprovação se deu por unanimidade. Ressalto que ingressar nesta Academia Joinvilense de Letras é uma grande honra como cidadã joinvilense.

Há alguns anos, venho observando nossos notáveis amigos escritores, integrantes dessa academia, Alcides Buss, David Gonçalves, Milton Maciel, Hilton Gorrësen, Onévio Zabot, Joel Gehlen, Jura Arruda, bem como, outros escritores Donald Malschinski, Denise Aidar, Dúnia dos Anjos Freitas,  Rita de Cassia Alves, constatei que dessa união de escritores foi possível fundar a Associação das Letras, entidade esta que me foi confiada para presidir por dois anos, e com base nos trabalhos que outrora eles desempenharam, pude realizar importantes atividades literárias em 2019 e 2020.

Dito isto, é com imensa alegria que venho perante vossas senhorias, nesta noite especial em minha vida, falar da honra e da importância que sinto em entrar para a Academia Joinvilense de Letras, instituição consagrada, com 50 anos de existência em nossa cidade.

É de minha vontade seguir em uma conduta séria e pró-ativa para com a literatura local e catarinense. A relevância em fazer parte de uma Academia de Letras penso que está no quanto podemos compartilhar conhecimento entre os acadêmicos e no quanto podemos contribuir para o fomento da literatura, na realização oficinas literárias, de saraus, na construção de antologias, na aproximação entre escritor e leitores, bem como, em todo o conhecimento, arte e poesia que possamos levar a todos por meio de nossas palavras.

É com grande orgulho que digo que se estou aqui hoje foi porque meus pais, Celso e Albertina, se preocuparam com minha educação, e além de efetuarem minha matrícula no ensino primário e no ginásio, cobravam para que eu tivesse um boletim sempre com boas notas.

Hoje nesse tempo de pandemia, me assusta o comportamento de alguns pais que não se preocupam em incentivar e apoiar os professores no ensino a distância.

Sempre gostei de estudar e cada diploma conquistado tem grande valor pra mim. Assim, procurei ser um exemplo para minhas irmãs Enmeline, Monica, Emanuela e Elisabeth no que tange aos estudos e aos concursos públicos. Assim como ainda faço hoje incentivando meus sobrinhos e afilhados na carreira estudantil. Digo sempre que a educação abre as portas para o futuro.

Mas, preciso ressaltar que não estaria aqui se não fosse toda a compreensão, amor, estudo compartilhado e incentivo no caminho literário que recebi de meu marido Luiz Vanderlei, especialmente nestes dois últimos anos em que estive como Presidente da Associação das Letras.

  

Ocupar a cadeira 33, sendo a sucessora do acadêmico Carlos Gomes de Oliveira, não é tarefa fácil; ele foi fundador desta Academia, advogado, jornalista, Deputado Estadual, Deputado Federal e Senador, foi um grande político brasileiro. Fundou em 1920, junto com Plácido Gomes, O Correio de Joinville, em 1954 fundou a Escola de Iniciação Agrícola de Araquari, teve por objetivo fixar o homem no campo, bem como seus filhos, capacitando-os nas atividades agrícolas e agropecuárias da região. Em 1959, a escola passou a se chamar Escola de Iniciação Agrícola Senador Gomes de Oliveira, pelo reconhecido esforço na implantação da escola de Araquari. Como escritor, publicou diversos livros, cartas, discursos, entre suas obras publicadas destaco:

Atuação parlamentar – discursos pronunciados no de 1952 ao ano de 1959, em 1992;

Constituinte e Constituição – em 1986;

Integração: estudos sociais e história, 1984;

Memória Política: As constituições do Estado de Santa Catarina, 1984, entre tantos outros…

Extraí de uma dissertação de mestrado de Joelson Lopes Maciel, ano 2018, UFSC, uma anedota que Carlos Gomes de Oliveira teria dito, exprimindo a importância de seu livro em sua entrada nos meios políticos:

“Lembrei-me do grande civilista Lafayete Rodrigues Pereira, quando em acalorada interpelação na Câmara dos Deputados, Ministro que era num regime parlamentar, alguém ironizou os seus merecimentos. Respondera ele, que não chegou ali, a pé, mas montado em dois cavalinhos – os seus livros ‘Direito das Coisas e Direito da Família’. Também nós não chegamos a pé, ainda que a montaria fosse um pangaré” (OLIVEIRA, C. G., 1986, p. 40).

Carlos Gomes de Oliveira foi aliado e adversário das principais famílias de políticos catarinenses, como os Ramos, os Konder e os Bornhausen.

Quero aqui destacar um livro publicado, por nosso querido escritor, meu amigo agora desta Academia Apolinário Ternes, intitulado “Carlos Gomes de Oliveira – Dossiê dos 100 anos, que traz uma compilação de entrevistas e depoimentos de Carlos Gomes, creio que traz com detalhes a história da vida de Carlos Gomes de Oliveira. Este é um livro que preciso ler em breve.

Como pode-se perceber neste breve relato da vida de Carlos Gomes de Oliveira não será tarefa fácil estar na cadeira 33 como sucessora de Carlos Gomes de Oliveira.

Quero ainda registrar que nosso patrono, Sr. Plácido Olímpio de Oliveira, foi jornalista, advogado,  Deputado Estadual e Federal, escritor campo-alegrense, radicado em Joinville. É tamanha minha responsabilidade em seguir os passos desses dois notáveis escritores de Joinville.

Chegando ao final dessas minhas palavras sabemos que ainda estamos vivendo em meio a uma pandemia, fato que ficará nos registros da história; e neste momento posso destacar que a violência contra as mulheres tem aumentado a cada dia. O noticiário nos apresenta fatos inconcebíveis e inaceitáveis, como este última da vítima Mariana Ferrer.

Para combater esses acontecimentos é preciso lembrar a determinados homens que as mulheres não são propriedade particular, mas sim cidadãs independentes, dotadas de grande sabedoria e garra.

Neste sentido apresento meu poema: Empoderamento de Mulher…

Será fracasso ou valentia?

Será desconforto ou agonia?

Talvez um pouco de covardia!

Lamento sem perceber!

São tantos anos lutando.

Anos com suor, garra e bravura!

Anos de imensa amargura!

Nas mãos de masculino poder!

Chega de tanto falso moralismo.

Basta de pouco caso fazerem.

Pois mulheres são puro poder!

Guerreiras, ousadas e corajosas!

Empoderadas pelo suor e conquistas!

Somos mulher, muito prazer!

Posto isto, quero parabenizar e enaltecer a posse da Acadêmica Maria Cristina Dias, como a primeira mulher a presidir esta Academia; desejo sucesso nesse novo caminho, estou feliz por sua conquista e por você representar nós mulheres nesta distinta posição que ocuparás oficialmente a partir da noite de hoje.

Registro aqui que mulheres e homens devem ser tratados com igualdade de direitos.

Parabéns aos amigos que tomam posse comigo nesta data!

E, vida longa a nossa Academia Joinvilense de Letras.

Obrigado a todos pela atenção.

Joinville, 10 de novembro de 2020.

SIMONE DO NASCIMENTO SILVA

Acadêmica da AJL.

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