5º Concurso Literário – Mod. Ensino Fundamental – Composição em Prosa – 2º Lugar

 

 

5º Concurso Literário Carlos Adauto Vieira

2º lugar na modalidade Ensino Fundamental, Categoria Composição em Prosa

Texto:  Uma magia imperceptível

Autor (a): Maria Eduarda Dias Ko

Professor (a): Jaqueline Roberta Venera

Escola: EM Prof. Virgínia Soares

 

Uma Magia Imperceptível

Perto da minha casa, há um bar que, ao cair da noite, se transforma em um santuário musical. Não é um lugar sofisticado, pelo contrário, é um refúgio simples, com mesas de madeira desgastadas e cadeiras que rangem a cada movimento. Mas é ali, naquele cenário de simplicidade que a magia acontece.

Toda sexta-feira, o dono do bar, José Lino e sua esposa, Guilhermina Maria, trazem músicos locais para tocar. Não há um gênero definido, tampouco uma programação rígida. As apresentações são tão variadas quanto a clientela: do jazz ao samba, do blues ao sertanejo. O que importa é a música, em sua forma mais pura e visceral.

Na última sexta-feira, apareceu uma violinista. De aparência contrária ao seu instrumento, ele carregava o violino como quem carrega um tesouro. Subiu no pequeno palco improvisado, sem dizer uma palavra, apenas começou a tocar. E foi como se o tempo parasse. O som do violino preenchia o ambiente, envolvia as pessoas, penetrava nas conversas e silenciava os murmúrios. As notas dançavam no ar, cada nota carregando algo diferente, ora suave ora intensa.

Na plateia, um casal dançava lentamente, como se o violino nos contasse a história deles, a música trouxe lembranças de algum momento importante que eles viveram. Na mesa ao lado, um senhor de cabelos grisalhos fechava os olhos, talvez relembrando um passado embalado por melodias. No canto, havia um jovem que franzia a testa como quem tenta decifrar um enigma.

Eu estava sentada atrás do balcão, observava tudo e todos com admiração, desenhava histórias vividas, paixões fulminantes, amores separados. Cada um estava ali por motivos diferentes, mas a música ao vivo grava o momento na memória de maneira que nenhuma gravação consegue. É a imperfeição, a vulnerabilidade do artista, a interação da plateia. Aquela apresentação nunca irá se repetir da mesma forma.

Quando o violinista parou de tocar houve um silêncio seguido de aplausos calorosos. Ele agradeceu e saiu do palco. O bar voltou ao normal, porém, algo havia mudado. As pessoas conversavam mais baixo, os brilhos nos olhos e os sorrisos eram mais frequentes.

Naquele momento, compreendi que a música tem um poder mágico. Ela conecta pessoas, transcende barreiras e tem uma linguagem universal. E, às vezes, na simplicidade de um bar de esquina, encontramos composições que acompanham as nossas vidas; cada ser com uma toada, canção diferente, entretanto, em comum, tais melodias nos ligam ao passado, às pessoas, à vida.

Pseudônimo: Violet St. James

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