5º Concurso Literário – Mod. Ensino Fundamental – Composição em Prosa – Menções Honrosas
5º Concurso Literário Carlos Adauto Vieira
Menções Honrosas na modalidade Ensino Fundamental, Categoria Composição em Prosa
Texto: A máquina do tempo do seu Zé
Autor (a): Matheus Franklin de Souza
Professor (a): Carla O. A. Lanza
Escola: CEEDUC
A Máquina do Tempo do Seu Zé
Antigamente, em uma cidadezinha do interior, onde as ruas eram construídas de pedras e as casas tinham janelas com cortinas de renda, morava o Seu Zé. Ele era um senhor de cabelos bem branquinhos como neve, o qual era dono de uma loja de antiguidades que mais parecia um baú de tesouros perdidos no tempo.
Certo dia, enquanto limpava uma velha caixa de madeira, Seu Zé encontrou um objeto curioso. Parecia um relógio, mas tinha diversos botões estranhos e uma inscrição em latim que dizia algo como “Tempus Fugit”. Seu Zé, com seus óculos de leitura pendurados na ponta do nariz, decidiu apertar um dos botões. Num piscar de olhos, a loja desapareceu, e ele se viu em uma fazenda, cercado por dinossauros.
Sim, dinossauros! Seu Zé estava no período Jurássico, assistindo a uma família de brontossauros pastando tranquilamente. Antes que pudesse se assustar, ele apertou outro botão e, em um flash de luz, estava de volta à sua loja.
Seu Zé mal podia acreditar no que havia acontecido. Ele, um simples vendedor de antiguidades, tinha uma máquina do tempo nas mãos! Decidiu então explorar mais esse artefato e, a cada novo botão que apertava, viajava para uma época diferente.
Visitou a Idade Média e participou de um banquete real, onde comeu até não poder mais. Foi à Renascença e conheceu Leonardo da Vinci, que fez um esboço dele em um guardanapo. Em uma de suas viagens, aterrissou em 1969 e assistiu à chegada do homem à Lua pela televisão, cercado por hippies e suas músicas psicodélicas.
De volta ao presente, Seu Zé decidiu compartilhar suas aventuras com a cidadezinha. Abriu as portas de sua loja e convidou todos a verem o misterioso relógio. As crianças, fascinadas, ouviam suas histórias com os olhos brilhando de curiosidade. Até os adultos, que costumavam ser mais céticos, ficavam boquiabertos com os relatos do Seu Zé.
Mas o que ninguém sabia era que, todas as noites, depois de fechar a loja, Seu Zé continuava suas viagens. Ele se tornou um viajante do tempo solitário, vivendo aventuras que ninguém poderia imaginar.
E assim, naquela pequena cidade onde nada de extraordinário costumava acontecer, todos aprenderam que o tempo, assim como a imaginação, não tem limites. E o Seu Zé, com seu misterioso relógio, provou que a magia pode estar onde menos esperamos, até mesmo em uma velha loja de antiguidades.
Texto: A ascensão de Chico: O pequeno gigante do meio-campo
Autor (a): Manassés Heitor Hardt Alves da Silva
Professor (a): Antonia Eichendorf
Escola Agrícola Carlos H. Funke
A ascensão de Chico: O pequeno gigante do meio-campo
Francisco, conhecido como Chico, jovem talentoso e determinado. Amava o futebol desde cedo, quando jogava nas ruas de Porto Alegre, surpreendia com suas habilidades com a bola. Desde pequeno, sonhava em ser um grande jogador de futebol; assim, aos 12, entrou no time juvenil do Inter, um dos mais tradicionais do Brasil.
Chico usava a camisa 8, tradicionalmente associada a meio-campistas que possuem a habilidade de ditar o ritmo do jogo, fazer passes precisos e criar chances para os atacantes marcarem gols. Sua visão de jogo e inteligência tática eram incríveis, logo o destacaram entre outros jogadores de sua idade.
No entanto, enfrentou um obstáculo significativo, apesar de seu talento inegável, sua altura. Embora demonstrasse habilidade técnica superior, a equipe técnica do Inter não acreditava que sua altura fosse suficiente para lidar com as duras realidades do futebol profissional. Aos 16 anos e após várias tentativas fracassadas de se estabelecer, foi dispensado, um duro golpe para quem se dedicara tanto ao colorado.
Decepcionado, mas não vencido, Chico resolveu não desistir de seus sonhos. Absolutamente certo de que provaria seu valor, treinou com mais vigor. Ouviu falar sobre uma avaliação para o Grêmio, o principal rival do Inter. Sentiu-se obrigado a tentar novamente. As esperanças de jogar pelo clube tricolor, conhecido por sua tradição na formação de grandes jogadores, foram reacendidas.
Chico sabia que aquele era o dia para provar a todos, incluindo a si mesmo, que merecia um lugar no futebol profissional. O campo estava cheio de jovens talentos lutando por uma oportunidade, mas Chico se destacou. Habilidade no controle da bola, precisão nos passes e visão de jogo não passaram despercebidas pelos olheiros. Ao final do dia, recebeu a notícia que esperava há tanto: estava na equipe juvenil do clube.
A temporada seguinte foi exigente. Chico dedicou-se totalmente aos treinos e jogos, sempre com o objetivo de se superar. Sua determinação e habilidades rapidamente lhe renderam a confiança dos técnicos e companheiros. O Grêmio encontrara um jovem meio-campista promissor.
Finalmente, ao final da temporada, quando tudo foi dito e feito, no campeonato estadual de base, o Grêmio avançou até a final. O Inter, ironicamente, foi colocado diante deles na grande final. Para Chico, aquele jogo significava mais do que apenas um título, era sua chance de mostrar a todos que o descartaram que estavam errados.
O estádio estava lotado no dia da final. As arquibancadas rugiam com os gritos dos torcedores, criando uma atmosfera carregada. Usando a camisa 8 sabia que seria o jogo mais importante até aquele momento. Desde o início, mostrou confiança e determinação. Com passes precisos e controle de bola, comandou o meio-campo com graça, garantindo que os atacantes do Grêmio recebessem constantemente a bola.
Foi uma competição feroz entre as 2 equipes, ambas exibindo qualidade e determinação. Quando o jogo parecia encaminhar para um empate aos 90 minutos, Chico recebeu a bola fora da área do adversário a 3 minutos do fim. Ele rapidamente driblou 2 marcadores antes de chutar com precisão para o gol. O estádio explodiu em celebração. O Grêmio venceu por 1 a 0 e Chico foi o herói da partida decisiva. Com o som do apito final, sentou-se com um olhar emotivo. Aquele momento foi a realização de um sonho e a superação de todas as adversidades que ele enfrentou. Seus companheiros o levantaram e o carregaram nos ombros enquanto a torcida cantava seu nome. A vitória contra o Inter teve um sabor especial. Chico provou que talento e determinação são tudo na vida.
E, assim, o jovem armador, que fora dispensado por ser “curto demais”, tornou-se um símbolo de superação e esperança para todos os que acreditam no poder dos sonhos.
Texto: Cartas de amor
Autor (a): Camila Borba
Professor (a): Antonia Eichendorf
Escola Agrícola Carlos H. Funke
Cartas de amor
Ser almejada e enaltecida não eram fatos que costumavam aparecer em meu dia a dia. Mas não posso negar o tremendo espanto que tive ao encontrar a carta em meu armário do colégio. cartas com declarações não eram mais comuns atualmente.
Na carta estava escrito: “Uma moça dos cabelos encaracolados passou e roubou o meu coração. não pude deixar de observá-la tocando uma linda canção. Tirei essas belas fotografias para guardar de recordação.”
Dentro do envelope havia diversas fotos minhas praticando o meu talento secreto: eu praticando violino. Não queria que as pessoas soubessem, pois aprendi a tocar sozinha na época em que meu pai foi morar fora do Brasil. fazia isso para amenizar a falta que eu sentia dele.
Uma onda de dúvidas, medo e curiosidade me consumiu. Quem seria o admirador secreto que possivelmente teria se apaixonado pelo Patinho Feio a ponto de me seguir até o parque e tirar fotos para guardar de recordação?
Já havia passado das 10:00 e eu continuava imaginando e criando hipóteses de quem poderia ser o remetente daquela carta. Porém, fui interrompida deste mar de pensamentos quando a campainha tocou. Abri a porta, com receio, mas não havia ninguém, Apenas uma carta que dizia:
“Deixei essa carta debaixo da sua porta, para que sempre lembre de mim quando entrar em sua morada, pois aí está o seu coração, e eu estou batendo na porta dele.”
Não podia acreditar no que via acabado de ler ponto revirei o envelope para tentar achar alguma informação e encontrei uma frase que dizia:
“Se queres descobrir quem sou, me encontre no dia 12, às 19 horas, no ginásio do colégio para o Baile de Inverno. Estarei com uma gravata da sua cor preferida.”
Lilás! Se ele acertar, a gravata deve ser lilás.
Meus planos para o dia 12 não eram ir ao baile de inverno. Mas, se essa era a única forma de descobrir quem era o admirador, eu iria a todo custo
O tão esperado dia 12 Chegou. Eu estava usando um vestido lindo, cheio de flores, da cor lilás para combinar com a gravata do admirador. Cheguei ao ginásio no horário marcado e sentei em uma mesa para procurar alguém que estivesse com uma gravata lilás. Havia azul verde branca com bolinhas pretas, mas nenhuma lilás.
As horas iam passando. Pessoas chegaram, outras iam embora e nenhuma gravata lilás. Um piano tocava perfeitamente uma melodia romântica, lindo de ouvir. De repente, parou. Então começou a tocar uma música. A mesma música que eu toquei no dia em que o admirador tirou as fotos. Olhei para o pianista e percebi que ele usava uma gravata lilás. Era ele.
Levantei-me para ir até ele, mas percebi que seu rosto estava embaçado. Um som estridente tomou conta do ginásio. Tentava me mover, mas parecia que meus pés estavam colados no chão. Meu coração começou a acelerar.
Finalmente, resolvi desligar o despertador. Faltava menos de uma hora para a aula começar. Levantei-me para me arrumar, mas ainda estavam espalhadas as cartas pela minha cama.
Não podia negar que havia sido um sonho incrível, mas admitir para mim mesma que era a melhor parar de mexer nas coisas da minha avó para não ter mais sonhos na atualidade com romances de época.
Texto: “Dranxo”, a verdade
Autor (a): Maria Clara de Moraes do Nascimento
Professor (a): Carla O. A. Lanza
Escola: CEEDUC
“Dranxo”, a verdade
Em minha vida tudo era igual, todo dia era a mesma coisa, raramente saíamos da rotina. Eu não me importava com isso, até meus pais me darem a notícia de que iríamos nos mudar. E por mais que eu quisesse ficar feliz, não conseguia. Era um sentimento muito estranho, parecia que no fundo eu queria ficar feliz, mas algo por fora me impedia, algo que eu não sabia o que era.
Nós nos mudamos de Los Angeles a Oxnard. Meus pais decidiram se mudar, pois, morar em Los Angeles estava sendo muito caro para a nossa situação financeira. Meus pais não achavam bons empregos e o custo de vida em Oxnard era bem mais barato. Minha mãe havia achado uma boa escola para eu estudar e, para o meu azar, eu já começava na manhã seguinte.
Quando acordei fui me lavar, vestir meu uniforme e tomar café. Depois disso, fui para o carro tentando entender por que minha felicidade, por sair da rotina depois de tantos anos, ainda não havia aparecido. Cheguei na escola e fui bem recebido, mas sentia uma leve sensação de falsidade nas pessoas, exceto em uma menina que veio correndo me receber quando cheguei em minha sala de aula. Ela perguntou meu nome se apresentando como Ella, então respondi que eu era Zaqueu. Ela achou meu nome meio diferente e eu disse que era porque minha mãe era brasileira e que teria uma entonação diferente. Ela ficou feliz em me conhecer, e eu também. Senti que podia confiar nela.
Quando já estava em casa falei com meus pais sobre o sentimento que estava sentindo e a sensação que havia sentido na escola. Eles se olharam, riram e depois falaram que era coisa da minha cabeça, que era porque eu estava “ansioso” por causa da mudança. Eu retruquei-lhes dizendo que não era isso, mas eles responderam que era bobagem e que eu precisava dormir. Achei aquilo muito estranho, porque eles sempre acreditavam em tudo o que eu falava. Fiquei desapontado, afinal quem é que sabe mais de seus sentimentos? Eu mesmo ou meus pais? É óbvio que eu mesmo!
Passando pelas caixas de mudança, entrei em meu quarto e fui dormir. Eu estava sonhando com algo suspeito: parecia que eu estava em uma sala branca, como um posto de saúde, com um cheiro estranho. Eu estava deitado em uma maca e conseguia ouvir alguns barulhos de “bips” e pessoas falando. Pareciam médicos. Eles acabaram me vendo “acordar” e foram mexer em alguns equipamentos que me fizeram dormir novamente. Quando acordei estava em minha cama e meu pai foi logo me chamar para a escola.
Me arrumei, fiz o ritual diário e fui para o carro e comecei a pensar naquele sonho que parecia muito real e depois do episódio da noite anterior decidi não contar nada a meus pais. Só iria falar à Ella. E assim fiz, quando terminei de relatar meu sonho, ela pediu para que fosse com ela em um lugar depois da aula. Fiquei com receio de ir, mas acabei fazendo sua vontade.
Estávamos atrás da escola, embaixo de uma grande árvore e ela me entregou um papel que dizia: Este lugar não é Oxnard! É um lugar onde o governo obriga certas famílias a ficarem aqui!
Eu fiquei confuso, por que ela está escrevendo em um papel? Por que eles fariam isso? Por que ela me disse isso? Fiz todas essas perguntas no papel e ela escreveu de volta: Eles têm câmeras em todos os postes de luz, nas casas, etc. Posso te mostrar minhas fontes, isso talvez responderá suas perguntas.
Fomos ao lugar das supostas fontes, era um local chamado “Dranxo”. Era a prefeitura. Oxnard de trás para a frente. Atrás dela tinha uma porta, e ao olharmos por debaixo dela era parecido com meu “sonho”. Os médicos, na verdade, eram cientistas, e ouvimos eles dizerem: Estas foram as últimas famílias que sobreviveram ao vírus, estão todas aqui. Mas, cuidado com as crianças, elas não podem saber.
Texto: “ Ecos do tempo perdido
Autor (a): Julia Maurer Kondlatsch
Professor (a): Adriana Evers
Escola: Colégio Bonja
Ecos do tempo perdido
De acordo com Harvey Mackay, o tempo é gratuito, mas precioso. Você não pode tê-lo em posse, mas pode usá-lo. Não pode guardá-lo para si, mas pode gastá-lo, e, uma vez gasto, ele não pode ser recuperado. Então, a questão é: como usamos nosso tempo e com quem o passamos, certo? Porém, muitas pessoas dizem que as coisas boas da vida levam tempo e requerem paciência para que possamos obtê-las. Mas eu, Hanna, discordo, porque não se trata da paciência que temos para fazer as coisas, e sim do tempo que realmente temos. Por que devemos nos esforçar tanto para fazer algo, para não perder o jogo, se o tempo vai acabar antes que anunciem o vencedor? Mas acho que é isso que devemos fazer; afinal, somos todos escravos do tempo. Pois, quando finalmente conseguimos algo que desejávamos, algo pelo qual nos esforçamos para ter, o tempo acaba nos alcançando e nos leva de volta ao início, onde o inventamos e onde ele passou a nos dominar. Enquanto eu pensava sobre isso, me veio uma reflexão: por que estava eu, pensando sobre quão curto é o meu tempo, quando deveria, na verdade, aproveitar esse tempo finito? Eu estava desperdiçando-o conversando com a lápide de minha falecida mãe, em vez de aceitar o que me doía.
Nesse momento, lembrei da música “Tempos Modernos”. Minha mãe, assim como muitas outras “das antigas”, cantava essa música frequentemente quando o assunto era fases da vida ou infância, ou simplesmente quando ela ouvia a palavra “tempo”. Percebi que eu devia ter aproveitado mais esses momentos com a minha mãe. Quando eu era criança, não via a hora de crescer, para não depender mais dos meus pais. Agora, eu só queria voltar no tempo, dar mais um abraço em minha mãe e dizer o quanto aprecio o que ela fez por mim. Ela, ao contrário de mim, sabia viver. Ela vivia de verdade. Dançava nos dias de chuva e não parava de brilhar, como se fosse o sol que faltava nos dias nublados. Pelo menos, foi o que meu pai disse. Minha mãe morreu quando eu tinha 9 anos. Eu era nova demais para perceber que não era tudo sobre mim e meu joelho ralado. E, enquanto minha mãe buscava um band-aid que eu nem precisava, ela estava sofrendo com câncer. Não demorou muito para que isso a dominasse, e no dia 9 de junho, ela veio a falecer. Havia algo nela… Ela não parecia preocupada com o tempo. Ela apenas curtia todos os dias e todos os momentos, como se já soubesse o clima das estações. Eu queria isso para mim. Se não posso controlar o tempo, gostaria ao menos de saber qual será o próximo passo.
Decidi conversar com meu pai, como se acreditasse que, talvez, ela tivesse uma bola de cristal que previa o que vinha depois. Perguntei a ele tudo o que queria saber, e ele respondeu:
— Ela simplesmente não se importava. A vida é feita para curtir, Hanninha, deslumbrar-se com as coisas belas que temos, que são de graça. Abraços são de graça, momentos são de graça. Crie memórias, pois estas duram para sempre. Nesse mundo, temos recursos demais, fazemos tudo muito rápido e acabamos nos perdendo. Temos respostas em apenas um clique. Claro, isso é incrível, mas acaba nos afetando bastante. Queremos tudo rápido demais, é hoje ou nunca, e nos esquecemos do que realmente importa. Bom, a sua mãe descobriu o que importava, descobriu como viver. Agora você é quem tem que descobrir o que lhe traz felicidade, e assim, viver em torno dessas pequenas coisas e pessoas. Carpe Diem, minha filha, Seize the day, VIVA.