5º Concurso Literário – Modalidade Ensino Médio – Cat. Conto – 3º Lugar
5º Concurso Literário Carlos Adauto Vieira
3º lugar na modalidade Ensino Médio, Categoria Conto
Texto: A ninfa do carvalho
Autor (a): Gabriele Cristine da Silva
Professor (a): Carla O. A. Lanza
Escola: SENAC
A Ninfa do Carvalho
No centro de um vasto campo, vive uma árvore, mais especificamente um carvalho, que na luz do dia forma uma sombra imensa, preenchendo uma grande parte do campo. Embaixo dela, crianças brincam do alvorecer até o entardecer, sobre os galhos, passarinhos cantam melodias que acompanham o balançar das folhas. Nessa árvore, bem lá no topo, camuflada pelas folhas verdes e esbeltas, mora uma pequena Dríade, que se diverte ao assistir os pequenos humanos brincarem ao redor das raízes do carvalho. O motivo da existência de uma Dríade está totalmente ligado à proteção do carvalho, seus poderes de manipulação animal auxiliam na defesa da árvore contra qualquer coisa que venha ameaçá-lo.
Certa vez, a Dríade cochilava no galho mais alto da árvore, seu corpo verde simpatizava na hora de se camuflar nas folhas, sendo ela só visível se apertasse bem os olhos. Ao longe, um barulho estridente a acordou. No horizonte, ela percebe uma enorme criatura de aço, que por onde passava deixava um rastro na grama e uma fumaça preta intensa.
O que é isso!?
Grita a Dríade ao perceber a aproximação da criatura de aço. Desesperada, ela pula de um galho a outro em busca de algo que possa usar para se defender, porém se encontra sozinha. Todos os animais fugiram da agitação, mas ela não pode culpá-los, se pudesse também fugiria. A criatura começa a se aproximar, tornando o barulho insuportável para os ouvidos da Dríade. Suas pequenas mãos tentam tapar as enormes orelhas pontudas, mas o barulho é tanto que a Dríade se contorce e quase desaba da árvore.
Um outro som, que parecia ser uma voz, fez a criatura de aço ser silenciada. O barulho insuportável e o rastro de fumaça negra se dissiparam, a Dríade com toda sua curiosidade, veio ver o que acontecia nas raízes de sua amada casa, e acabou se espantando ao ver as crianças, que sempre ali brincavam, junto de humanos maiores que pareciam ser seus pais, todos de mãos dadas com seus corpos impedindo a passagem da criatura de aço.
– Não podem fazer isso!
Grita a criança mais miúda de cabelos castanhos, seu olhar é feroz, mas seu rosto angelical fazia qualquer tentativa de afrontamento ser inútil.
– Saiam daí! – uma voz grossa e pesada anuncia, ao sair de dentro da enorme criatura de aço, mesmo assim os humanos ali não se abalaram.
– Não vamos! Essa árvore pertence ao campo!
Nessa frase, a Dríade cansou de ocultar a sua presença, em um salto tornou-se a estar ao lado das pessoas que ali protestavam.
– Esta árvore pertence a mim!
Todos se assustaram, a pobre Dríade acabou ficando abalada, pois percebeu que sua aparição fez os humanos dali sumirem.
Dias se passaram sem a visita dos humanos, porém um garotinho surgiu e olhou para os galhos mais altos do carvalho.
– Moça, eu sei que está aí. Eu não te vejo, mas eu sei que está aí.
A resposta da Dríade é o silêncio.
– Você quer brincar comigo?
Pergunta a criança levantando uma bola.
– Por que você está aqui? Não tem medo?
– Quero brincar! Desde que meus pais se assustaram, eles têm medo de chegar perto do carvalho, mas eu sempre me diverti aqui, e não quero parar agora. Então não tenho medo, quer brincar comigo?
A pequena Dríade, apesar de tudo, sempre quis brincar. Então acaba descendo do carvalho e se juntando ao garoto. Desse dia em diante, a Dríade nunca apareceu para humanos maiores, só para as crianças, sempre aprendendo novas brincadeiras e estendendo sua amizade até que estivessem com uma certa idade, na qual brincadeiras como, jogar bola, pega-pega e peteca, se tornassem insignificantes.
Evren Moon