5º Concurso Literário – Modalidade Ensino Médio – Cat. Crônica – 1º Lugar
5º Concurso Literário Carlos Adauto Vieira
1º lugar na modalidade Ensino Médio, Categoria Crônica
Texto: Colapso mental
Autor (a): Karin Hentschel Zimmermann
Professor (a):Luciane dos Santos
Escola: Colégio Bom Jesus
Colapso mental
Alguns me chamam de doença, para outros eu sou drama. Posso ser uma desculpa ou motivo de conversa. Sou tão famoso que me torno comum. Vivo dentro de você, ser pensante, me alimentando de suas preocupações e fazendo morada em sua mente. Transformo uma simples situação em uma mistura de emoções.
Ao me dar uma chance de crescer faço um problema insignificante se tornar tão grande em sua mente que não terá como me ignorar. Te faço imaginar mil e uma situações diferentes de possíveis desfechos para esse problema. Você me teme, mas não me afasta, não consegue. Cravo minhas garras em você e não solto. Nem tudo o que digo é verdade, porém te seduzo a acreditar.
Você começa a perder o controle e eu de me apossar de sua alma. Crio uma montanha em sua mente, cada vez maior, maior, maior. Suas ações já não são suas e as decisões são baseadas em mim. É então que ataco e como uma cobra dou o bote. A respiração começa a ficar pesada, cada vez mais acelerada. O sangue passa cada vez mais rápido em suas veias. Sua mente é um turbilhão. Não para. Não descansa. Nunca em silêncio. Suas mãos e pernas começam a tremer. Seu corpo começa a desistir. Você luta para não se afogar. É sufocante.
Sua visão começa a escurecer. Não sente mais as pernas. Só se ouve um baque no chão. Sou eu anunciando minha vitória. Passos ao longe cada vez mais perto, mais perto. Seu corpo começa a desligar, mas eu me mantenho firme, não solto, nem desisto. Até que você apaga e minha função está acabada.
Paredes brancas são a primeira coisa que se vê. Depois se escuta o barulho do seu coração. Uma leve agonia no braço direito. Você está em uma maca e aparentemente em um hospital. Sua mente volta a funcionar aos poucos e você vai se lembrando de partes do que aconteceu. Sua respiração está mais calma, mais controlada, e você voltou a ficar no comando da sua alma.
Uma visita do médico acontece. Ele te diz que é minha culpa. Não tem calúnia pior que eu já tenha ouvido. Só fiz meu papel. Você acha que só foi um caso, que eu fui embora. Está muito enganado. Só estou descansando, esperando uma próxima chance. Não há fuga nem esconderijo quando se trata de mim. Eu sempre vou estar aqui, ao seu lado. Não se preocupe, nunca vou te abandonar.
Kaz