Academia Joinvilense de Letras – 55 anos de história (Onévio Zabot)

 

ACADEMIA JOINVILENSE LETRAS – 55 ANOS DE HISTÓRIA

 

A Jornalista Maria Cristina Dias que presidiu a Academia Joinvilense de Letras, informa: “ Fundada em 1969, a Academia Joinvilense de Letras foi reconhecida desde o início nos meios literários do País. Na época, sua criação oficial reuniu em um mesmo salão personalidades como os escritores Aurélio Buarque de Holanda Ferreira (representando a Academia Brasileira de Letras), Dinah Silveira de Queiroz, Anibal Pires, Elysio Condé e o poeta Lindolf Bell, além dos presidentes das academias paranaense e catarinense de Letras. Sob o comando do escritor e pesquisador Adolfo Bernardo Schneider, que foi o primeiro presidente . Schneider, porém, era o motor que a impulsionava e, com o passar dos anos, ela foi perdendo força. Com a morte de seu presidente, a academia ficou inativa por anos – e caiu no esquecimento”.

Renasceu das cinzas, portanto. “ Paulo Roberto da Silva, um apaixonado pela história de Joinville, estava lendo o livro “Joinville Ontem e Hoje”, da memorialista Elly Herkenhoff, e se deparou com a informação de que a cidade já havia tido uma Academia de Letras. “A partir dessa descoberta surgiu a curiosidade de saber mais: Ainda existe? Quem foram os fundadores? Se existe onde está instalada? Se não existe, por que encerrou as atividades?”, recorda o advogado, que teve a ideia de resgatá-la e reativá-la”. Brilhante ideia, sem dúvida.

Com Carlos Adauto Vieira, um dos fundadores, partem para a luta: Desengavetam arquivos. A maioria localizados nos registros do próprio fundador – Adolfo Bernardo Schneider. Preciosas informações, segundo Paulo Silva. Correspondências trocadas. Convites para potenciais participantes, e assim por diante.

Graças a essa ousadia, em 2014, a academia novamente respira. Como Fênix, ressurge das cinzas. Diretoria reconstituída: Doutor Adauto presidente, Paulo Silva na secretaria geral.

Novos acadêmicos ingressam. Qualidade literária e disposição para contribuir com o ambiente cultural joinvilense, os critérios básicos.

Ato contínuo, na gestão de Milton Maciel é lançado o  concurso literário Doutor Carlos Adauto Vieira. O foco: prospectar talentos literários. Fomentar a literatura de raiz. Gêneros literários evidenciados: poesia, conto e crônica. David Gonçalves, como presidente, no que pese a pandemia, mantém a chama viva.

Com o suporte da UNIVILLLE – (Faculdade de Letras) e o patrocínio da Associação Goethe -, alcança notável repercussão. A Semana Nacional do Livro e da Biblioteca – fruto de parceria com Secretaria Estadual de Educação –

, enseja palestras na rede escolar. Acadêmicos participam ativamente. E há os ensaios, publicação anual da academia. O último: “Como Nós Fazemos” – revela a verve criativa dos acadêmicos.

Na sua estrutura a academia congrega patronos – escritores referenciais. E fundadores. E membros honorários e correspondentes. A exemplo da Academia Brasileira de Letras – ao todo -, abriga 40 membros efetivos.

Duque D’Aumale, irmão do príncipe de Joinville, Crispim Mira, jornalista de nomeada e Ottokar Doerffel, intelectual de reconhecida competência, entre outros ilustres participantes integram esse grupo de escol – os patronos. Entre os fundadores outros notáveis: Adolfo Bernardo Schneider, Arnaldo Claro S’Thiago  e Carlos Gomes de Oliveira. Há também membros honorários na ativa: doutores Paulo Silva e Álvaro Cauduro, e os sócios correspondentes: Ernani Buchmann e Donald Malschitzky.

Os decanos Apolinário Ternes, historiador de nomeada, e David Gonçalves, romancista e contista, ambos são membros da Academia Catarinense de Letras.

Difícil distinguir os membros por gênero literário, pois a ampla maioria é polivalente. Perdoai-me a ousadia. Com as devidas ressalvas, data vênia, atrevo-me.

Como por poetas sobressaem: Alcides Buss, Valmir Neitsch, Reginaldo Jorge, Beth Fontes, George Postai, Else Sant’Anna, Irmã Clea, entre outros mais. Romancistas e contistas: David Gonçalves, Milton Maciel e Wilson Gelbecke. Na crônica: Hilton Gorrensen, Andreia Evaristo, Simone Gehrke, Marinaldo Silva, Joel Ghelen, Donald Malschitzky, Carlos Adauto Vieira e outros mais. Nielson Modro e Taiza Rauen no ensino (UNIVILLE). E memorialistas notáveis: Maria Cristina Dias, Nelci Seibel, Ronald Fiuza, Alessandro Machado, Nelci Seibel, Carlos Adauto, Herculano Vicenzi, José C. Vieira e o Monsenhor Francisco. Antonio Müller – economia, poesia e ensaios. Na literatura infantil Else Sant’Anna Brum, Bernadéte Costa e Jura Arruda. Nas letras jurídicas: Rodrigo Bornoldt, Marcelo Harger e Lourdes Zimath. No folclore, Simone Nascimento. Sueli Brandão, Feira do Livro. Marcelo Lufiego, história e letras maçônicas. Walter Guerreiro, crítico de arte. Viagens e reflexões filosóficas: Ronald Fiuza e Salustiano de Souza.

Citar todos, todas as obras, tarefa impossível. Leiam. Leiam os livros dos acadêmicos: mais de 100 publicações disponíveis no site da academia. E há os editores: Bernadéte Costa, Manuscritos; Joel Ghelen, Letra D’Água; e Jura Arruda, Areias. E os independentes: Andreia Evaristo, David Gonçalves e Antonio Muller.

De sobejo, uma homenagem especial ao Doutor Ronald Fiuza – membro da Academia Catarinense de Medicina -, que, graças à sua contribuição a academia joinvilense de letras galgou novos patamares. Postagens nas redes sociais, louvável inciativa. Mundo virtual à vista.

No planejamento estratégico, é clara missão da academia:

“Preservar e promover a língua portuguesa e a literatura de Joinville, valorizando, resgatando e estimulando a produção literária local, mantendo o bom convívio entre os escritores”.

E também os valores:

1) Liberdade de expressão; 2) Ética, 3) respeito;4) Participação, 5)

Qualidade, 6) Transparêmnca.7) Empatia; 8) Coerência. 9) Responsabilidade e

10) Comprometimento”.

Ousar, eis a luz a guiar a academia. E criatividade – e liberdade -, valores soberanos.

Joinville, 15 de novembro de 2024 Onévio Antonio Zabot

Presidente da Academia Joinvilense de Letras

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