Ac. Alessandro leu “Tolos e Mortais”, de Bernard Cornwel

 

“Tolos e Mortais”, de Bernard Cornwel

Cornwel, Bernard. 3ª ed.- Rio de Janeiro: Record, 2018. 364p.
Eis um autor que prende a atenção do leitor pela exímia capacidade de descrever ações, lugares e passagens históricas. Em seus livros, sempre conta a história como ela foi, usando um narrador fictício para contar como personagens conhecidos agiam e atuavam.
O livro “Tolos e Mortais” é uma obra de ficção, que se passa na Inglaterra Elisabetana. Narra, além do surgimento dos grandes teatros, a forma como conviviam os atores, autores de peças, pessoas comuns e da realeza. É possível criar uma imagem de Londres do final século XVI bem como das pessoas e de seus hábitos.
O personagem principal é o jovem Richard Shakespeare, irmão mais novo de Willian Shakespeare, e que na trama não nutriam grande afeto um pelo outro. Richard era ator, e como era jovem, representava papéis femininos. Naquele tempo, mulheres eram proibidas de atuar, sendo necessários atores jovens, de preferência na puberdade, para representar seus papéis. Sonhava com um grande papel masculino, mas com a concorrência de grandes atores daquele tempo não via grande possibilidades, ainda mais estando com a trupe de seu irmão.
A trama é bem feita, com romance, ação, vingança, inveja e gratidão. Época em Shakespeare escreve “Sonhos de uma noite de verão” e “Romeu e Julieta”, o qual faz parte da trama. Interessante também perceber a guerra entre a Igreja Anglicana e a perseguição aos católicos. Muitos atores famosos e lendários daquela época são personagens da história, que contracenam com Richard para recuperar a importante peça roubada, que deverá ser ensaiada e apresentada à rainha.

Alessandro José Machado, Cadeira 21 da Academia Joinvilense de Letras.

 

 

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