Ac. Nelci leu “Noah Flynt”, de Johan Henrique

NOAH  FLINT é o título do livro, do estreante na arte da literatura, Johan Henryque. Residente em um pequeno município do interior de Santa Catarina, com 24 anos já é formado na Faculdade de Letras. Marcou ponto por alguns dias no estande dos Escritores Joinvilenses, na Feira do Livro de Joinville, aonde o encontrei. Tomado de entusiasmo tentava chamar a atenção do público para a sua primeira obra. Porém, desde que pus os olhos no livro soube que não seria nada fácil. A capa é vermelha assim como a contracapa e as orelhas. Mas a fonte da letra escolhida para o título, nome do autor, resumo interno e biografia não colaboram em nada para facilitar o interesse de quem quer que seja. As letras são pernaltas e grudadas, cuja cor é apenas um pouco mais clara do que a própria capa. Próximo do ilegível.

Conversei com ele. E para incentivá-lo troquei um exemplar por um do “Balaio Gigante”.

E li. O conteúdo fala de três jovens amigos: Noah, um cara que não sabe o que quer da vida. Barton, mais centrado, quer muito trabalhar, mas tem dificuldade de conseguir emprego em Morristown, pequena cidade em que vivem. O terceiro personagem é Steve. Reside em Nova York e desde cedo se dedicou ao jogo de pôquer e com isso angariou fortunas.

Como Noah e Barton, além de amigos são também seus parentes, Steve decidiu morar por uns tempos em Morristown para ajudá-los e passar-lhes conselhos. Comprou um jornal local que estava mal das pernas, para proporcionar trabalho aos primos e a outros jovens. Sob sua orientação, o jornal realmente cresceu.

Casamentos e filhos também entram em cena, cada um no seu tempo. Além do desenrolar cotidiano, nada acontece de impactante, que possa gerar algum interesse especial.

Erros ortográficos, não percebi. Contudo a construção das frases é como ouvir uma música altamente desafinada. Pontuação desastrosa, com vírgula onde necessariamente pedia ponto, por exemplo. E os pronomes! Ah! os pronomes! “Tu, você e lhe”, na mesma frase. Parágrafos iniciados com “Lhe”, e por aí afora.

Mandei ao autor, formado em Letras, uma ”crítica construtiva”. Respondeu aceitando-a com humildade e admitindo “alguns errinhos”. Disse que ao editar a 2ª edição tratará de corrigi-los. Perguntei se houve revisão de outro escritor. Não houve…

Pois é: crítica é crítica. Sei disso porque, quando publiquei meu primeiro livro também recebi algumas. Não referentes aos textos, mas à forma de colocação da bibliografia e fontes de pesquisa. Apesar do desapontamento, que retrai a euforia da primeira obra são valiosas. Nas publicações seguintes tratei de corrigir e seguir as normas corretas do importante item das fontes. E por mais que se escreva há sempre algo a aprender e a acrescentar.

 

Nelci Seibel

 

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