ÁLVARO CAUDURO DE OLIVEIRA
Nascido em Porto Alegre em 16 de março de 1957, filho temporão de Álvaro de Oliveira (Procurador Federal) e Carmen Cauduro de Oliveira (Fiscal do INSS), ambos in memorian, Álvaro Cauduro de Oliveira estudou do primário até a terceira série do ginásio no Colégio Nossa Senhora das Dores, de Irmãos Lassalistas, quando foi transferido para o Instituto Porto Alegre (IPA), onde cursou da quarta série ginasial até o segundo ano do curso Científico, concluindo o terceiro ano no Colégio Rio Branco, todos em Porto Alegre.
Iniciou suas atividades empresariais aos 17 anos com uma pequena serralheria e aos 19 anos montou um depósito de papel velho, negócio promissor cuja venda dois anos mais tarde lhe proporcionou a aquisição do seu primeiro imóvel.
Aos 21 anos, ingressou na Habitasul, instituição do Sistema Financeiro da Habitação, na função de gerente adjunto e aos 23 anos foi promovido a gerente geral e transferido para a cidade de Joinville.
Após deixar o banco em 1985, tornou-se gerente da filial da EXCLA em Joinville, então maior agência de publicidade do estado do Paraná, até que em 1987 foi convidado a assumir a Diretoria Operacional do Jornal de Santa Catarina, com sede em Blumenau.
Cursou a Faculdade de Direito de Joinville colando grau em março de 1992. Fundou o escritório de advocacia que hoje se denomina Cauduro, Morínigo e Hoffmann, especializado em direito empresarial e de família, onde tem como sócio, entre outros, o seu filho Guilherme Cauduro.
A partir de 2008, inicia juntamente com seu outro filho, Bruno, entre outros sócios, atividade no ramo de construção civil. Nascia a Veja Construtora, especializada na construção de prédios residenciais.
A par de suas atividades profissionais, sempre atuou com uma visão social dedicando parte do seu tempo ao trabalho voluntário.
Foi filiado ao PSDB Joinville nas décadas de 1990 e 2000, eleito presidente do Diretório Municipal por três mandatos, época em que o PSDB ocupava a presidência da República com Fernando Henrique Cardoso e em Joinville elegeu Prefeito, Deputados Estaduais, Deputado Federal e inúmeros Vereadores.
Atualmente exerce o terceiro mandato no Conselho da Cidade de Joinville, órgão oficial de composição paritária, (Governo/Sociedade Civil Organizada) responsável pela revisão e discussão de todas as matérias urbanísticas. Foi o primeiro a presidente eleito do Conselho oriundo da Sociedade Civil Organizada, representando na ocasião o Comércio de Joinville, função que exerceu por três anos.
Foi também membro do Rotary Club Joinville Norte; do Conselho do Joinville Iate Club (JIC), membro do COMDE (Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência) e do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB Santa Catarina.
Desde 2005 é membro ativo da Loja Maçônica Humanitas, Nº 34, integrante do Grande Oriente de Santa Catarina
Atividades Culturais e Reconhecimentos:
Em 2014 assumiu a presidência da Sociedade Harmonia-Lyra, focada no desenvolvimento cultural através das artes, onde reiniciou a realização de eventos culturais com música de câmara, galas líricas e festividades de Natal com a criação do famoso Natal da Harmonia, com apresentações na Sacada do prédio social, além de grandes eventos, como os Festivais de Ópera e de Jazz.
Recebeu em 2016 a medalha de mérito Carlos Adauto Vieira da Academia Joinvilense de Letras.
Foi membro do Conselho de Administração da Companhia Águas de Joinville (2016-2018).
Recebeu premiação do Mérito Lojista em 2017, por sua atuação como advogado na defesa dos interesses da classe varejista.
Em 2018 foi condecorado com o título de Cidadão Honorário de Joinville, como forma de reconhecimento público dos serviços prestados ao município de Joinville.
No ano de 2023 recebeu o Diploma de Amigo do Batalhão pelo 62º Batalhão de Infantaria.
Discurso de posse na Academia Joinvilense de Letras (Álvaro Cauduro)
Discurso de posse na Academia Joinvilense de Letras
Álvaro Cauduro
Olha só a enrascada que nossa presidente me colocou.
Discursar depois de termos assistido a dois discursos maravilhosos, do Ernani que escreveu um conto que deve ser publicado; do Capim que, com sua poesia, emocionou a todos nós.
Mas vou fazer o que eu posso.
Prezada presidente da AJL Jornalista Maria Cristina Dias, nossa amiga e grande batalhadora pela cultura, pela literatura e por esta insigne Academia com a qual a nossa Sociedade Harmonia Lyra mantém estreita relação
Honoráveis membros da mesa Diretora
Cara Dir. Executiva da Sec. de Cultura e Turismo, Ana Carolina Maffezzoli Piazera
Caro Apolinário Ternes, amigo de primeira hora em Joinville, jornalista, historiador e escritor de primeira grandeza, ainda me lembro de um episódio marcante do inicio dos anos 80.
Eu com 23 anos era gerente geral de um banco e um funcionário havia cometido uma indiscrição comentando com um conhecido colunista da cidade sobre os saldos do maior cliente, que não perdeu tempo em publicá-lo. Eram tempos sem LGPD.
Ai o Apolinário me deu vários conselhos entre eles esse, “calma, não tem nada mais velho do que o jornal de ontem e nem mais novo do que o jornal de amanhã”. Munido dos conselhos do amigo e com um pouco de coragem, fui enfrentar o cliente que estava furioso. Felizmente deu tudo certo.
Prezado Ronald Fiuza, querido amigo e parceiro de muitas jornadas, que nos assiste de casa onde está de resguardo por orientação médica, homem da cultura, escritor, neurocirurgião talentosíssimo, de caráter simples e sereno portador de uma mente brilhante, dedicou sua vida aos estudos, aos livros, aos pacientes e aos amigos, categoria que tenho a sorte estar incluído, abração Fiuza. Boa recuperação.
Prezados Acadêmicos dos quais muitos também posso chamar de amigos:
Onévio Zabot meu colega de faculdade e meu eleitor. Votou em mim para Orador da Turma, voto vencedor;
Marcelo Lufiego colega advogado;
Paulo Roberto Silva que junto com o saudoso amigo e acadêmico Carlos Adauto Vieira, veio nos procurar para tentar encaminhar alguma solução para a consolidação da retomada da AJL;
Reginaldo Jorge parceiro de tertúlias políticas no tempo do tucanato.
- Nelci Seibel jornalista, que tanto nos ajuda na Divulgação dos eventos culturais;
- Else Sant’Anna Brum;
Walter Guerreiro critico de arte e colaborador da Harmonia Lyra;
Os novos Acadêmicos, Ernani Buchmann meu amigo de longa data, já foi meu chefe no tempo que trabalhei na Exclan, portador de uma inteligência diferenciada;
Valmir Capim Neitsh que tive o prazer de conhecer no dia de hoje;
Todos os demais acadêmicos que peço desculpas por não cita-los nominalmente;
Meus amigos da CDL e Sindilojas e aqui cito seus presidentes Marcos Bitencourt e Carlos Grandene;
Meu amigo Zeca Ramos Vice Presidente da Federação das CDLs de Santa Catarina;
Meu amigo Gilson Bohn Presidente Associação dos Amigos da Ordem Pública, associação criada pelas 4 principais entidades empresariais de Joinville – ACIJ, CDL, Acomac e Ajorpeme;
Meus caríssimos colegas de Diretoria desta Sociedade, Ninfo Koenig, Joao Mário de Oliveira, Aila Gama Meyer, Kátia Siqueira, Fabio Martins, Guilherme e Bruno Cauduro;
Meus amigos da Loja Humanitas e aqui cito seu presidente Glauciano Mosca;
Meus amigos da Loja Wolfgan Goethe e aqui cito o seu presidente Vinicios Roveda;
Meus sócios na Advocacia Drs. Paulo Morínigo e Guilherme Cauduro;
Minha família aqui presente, esposa Scheila, Filhos Guilherme, Bruno, Noras Heloisa e Samantha e os netos Vinicius e Artur.
Senhoras e Senhores,
Sendo recebido hoje como membro honorário desta Academia de Letras preciso dizer que me sinto em casa, não pelas paredes deste edifício histórico com o qual tenho lidado há uma década, mas por aqui encontrar tantos colegas, amigos e parceiros.
Quando recebi a notícia de que meu nome havia sido cogitado para integrar a AJL confesso que fui logo atingido por um sentimento de satisfação, rapidamente substituído por um de apreensão, uma vez que não tenho escritos publicados com exceção de alguns artigos para jornal, no tempo que tínhamos jornal, e das encadernações dos processos judiciais. Teria havido algum engano?
Mas ai me explicaram que minha posse seria na categoria de Membro Honorário.
Logo um colega me disse – É que eles relacionam advogados com honorários.
Brincadeiras a parte, é mesmo uma grande honra ser lembrado e convidado a participar de uma agremiação dedicada a promoção da cultura literária.
E cultura que enfim é aquilo que cultivamos, é o que define um povo, é o que lhe dá identidade, e ela se manifesta pelas artes sejam elas a literária, musical, plástica, cênica ou de qualquer outra forma de expressão.
Este local em que estamos hoje reunidos, esta sociedade chamada inicialmente de Harmonie e hoje Harmonia Lyra é um legado cultural deixado pelos fundadores, que foi determinante no destino de Joinville, que só pode embarcar no bonde do desenvolvimento econômico porque tinha um povo instruído com elevado nível cultural o que lhes proporcionou a compreensão do momento que viviam e por consequência das oportunidades econômicas que se apresentavam.
Cultura não é um artigo supérfluo nem dispensável nos momentos difíceis como pensam alguns, e mais uma vez podemos nos valer do exemplo dos antepassados que mesmo vivendo tempos de extrema dificuldade e escassez de quase tudo, tiveram a coragem e o discernimento de investir em cultura pelo incentivo das artes transformando aquela pequena Colônia D. Francisca nesta pujante cidade de Joinville. Anoto que este monumento com 4.000m2 dedicados a Arte e a cultura foi erguido quando a cidade tinha aproximadamente 30 mil habitantes. Foi uma aposta e tanto.
Ao me distinguirem com o convite para adentrar na Academia, imagino que o fazem pela profícua relação estabelecida entre a Academia e a Sociedade Harmonia Lyra, mais justo teria sido o contrário, vez que é a AJL que contribui de forma brilhante no sentido da consecução dos nossos objetivos sociais que é a promoção da cultural através do fomento às Artes indistintamente.
E a Arte existe para melhorar as nossas vidas, pela beleza que encanta nossos espíritos, pelo sonho que nos faz voar, pela ficção que nos instiga, pela emoção que nos arrebata
Agora, para dar um fecho a minha manifestação e em que pese não ter um antecessor direto na minha cadeira de honorário, para não ficar muito diferente dos novos acadêmicos que me antecederam fui pesquisar os nomes dos Acadêmicos Honorários até aqui e ver quem foram para lembrá-los de modo a justificar a imortalidade de suas memórias pelo que fizeram em prol da cultura e da literatura em geral e desta Academia em particular ainda que não tenham sido escritores.
Para minha surpresa encontrei alguns traços comuns.
Foram 16 até aqui.
Dos quais:
4 advogados – Jaldyr Faustino Silva, Nilson W. Bender, Jamel Dippe e o nosso Paulo Roberto Silva.
4 eram empresários – Alberto Bornschein Filho, que esta semana foi homenageado com o nome de uma ponte em nossa cidade, Carlos Frederico Adolfo Schneider, Curt Alvino Monich e João Hansen Junior.
6 eram empresários e políticos – Ademar Garcia, Alfonso Schutzler, Arnaldo Douat, Hans Dieter Schmidt, Lauro Carneiro de Loyola e Wittich Freitag.
Agora o Traço mais distintivo:
Dos 16, 14 eram sócios da Harmonia Lyra.
E 2 deles foram presidentes da Harmonia Lyra – Ademar Garcia e o Carlos Schneider.
Então fica a dica, quem no futuro pretender ser indicado a membro honorário da AJL comece por associar-se a SHL, que parece ser um pré-requisito.
Mais uma vez quero agradecer a todos os membros da AJL que votaram por unanimidade em meu nome para receber esta honraria, ao meu amigo Fiuza que juntamente com a Maria Cristina fizeram a indicação, a todos os queridos amigos e colegas que se dispuseram a vir aqui nesta noite fria trazer o calor do abraço amigo e claro a minha esposa Scheila, que me suporta, meus filhos, Guilherme e Bruno e minhas noras Heloisa e Samantha aqui presentes, a minha filha Luciana que não mora em Joinville e não pode vir, e aos netos por ordem de chegada, Vinicius, Artur, Bianca, Bruna, Helena e Isabela.
Um abraço e um beijo a todos.
Muito obrigado.
Álvaro Cauduro
09/07/2024