📕 “Como escrever crônicas” (Andreia)

Confesso que estava relutante se deveria ou não fazer este post. Ainda mais se formos considerar que, em literatura, não há regras fixas para quase nada. Assim, antes de compartilhar minha experiência com você, vamos acertar uma coisa: essa é a forma que funciona para mim, não significa que vá funcionar para todo mundo. Assim, sinta-se livre para compartilhar comigo, nos comentários, suas dicas e sugestões, certo?

Uma amiga, professora de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental, queria trabalhar crônica com seus alunos, tendo em vista que estamos em tempos de Olimpíada de Língua Portuguesa – OLP. Como cronista do jornal A Notícia, montei um pequeno roteiro de como eu costumo produzir minhas crônicas – passo-a-passo. Vem comigo:

1. Dia a dia, a matéria da crônica

Selecionar um fato do dia a dia, ou um personagem (pode ser uma pessoa real). É importante selecionar alguma coisa que, de algum modo, tenha lhe tocado os sentimentos, para que o texto fique mais real.

2. Imprima seus sentimentos no texto

Diante do tema selecionado, pense: de que forma você pode imprimir seus sentimentos no texto? O que você quer dizer ao leitor com essa crônica? Quer fazê-lo pensar, refletir? Quer fazer humor com a situação? Lembre-se: um texto literário sempre prima pela arte feita com as palavras.

3. Perdido sobre onde começar? Comece pela ambientação

Não é regra, mas eu gosto de começar minhas crônicas pela ambientação. Uma descrição do ambiente onde a cena acontece ajuda a transportar o leitor para dentro da ideia. Quanto mais imagens você conseguir descrever na cena, mas facilmente o leitor se insere nela.

4. Escreva com os sentidos

Quanto à descrição, é interessante trabalhar com os cinco sentidos, sempre que possível: visão, audição, tato, olfato e paladar. Nem sempre isso é possível, mas sempre que for, faça-o. Isso enriquece o texto. P.S.: Não faça isso o texto todo: escolha um trecho e trabalhe nele (um parágrafo, por exemplo).

5. Faça pensar 

Mesmo que sua crônica não seja essencialmente reflexiva, é interessante que seu final faça, mesmo que por meio de uma piada, de uma gracinha, o leitor pensar, refletir sobre o fato narrado.

6. Show, not tell

Sempre que possível, mostre, não conte. Assim, em vez de dizer Maria ficou furiosa com o que leu no celular, prefira Maria passou os olhos pela mensagem e não teve dúvidas: atirou o celular na cara do namorado. Veja: a segunda frase demonstra a mesma fúria de Maria, mas mostrando a cena, como se fosse no cinema ou na televisão. (Essa é uma regra de ouro para escrever qualquer texto literário, não apenas crônicas).

Andreia Evaristo

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