Emoção marca a posse de Nielson Modro e Donald Malschitzky na AJL
Emoção marca a posse de Nielson Modro e Donald Malschitzky na AJL
A emoção deu o tom da Sessão Magna de posse dos novos integrantes da Academia Joinvilense de Letras (AJL) realizada no dia 2 de agosto de 2022, no Salão Nobre da Sociedade Harmonia-Lyra, sede da instituição. Nielson Ribeiro Modro tomou posse como Acadêmico Efetivo, na cadeira 12, na condição de digno sucessor do saudoso Wolfgang Olaf Pedro Kress, e foi apresentado pela acadêmica Maria de Lourdes Bello Zimath. Donald Malschitzky tomou posse como Acadêmico Correspondente na cadeira 11 e foi apresentado pela acadêmica Simone Nascimento Silva. A solenidade contou com a presença do secretário municipal de Educação, Diego Calegari Feldhaus (representando o prefeito de Joinville, Adriano Silva), professores, acadêmicos, familiares e amigos dos novos imortais. O músico Ananias Almeida encantou os convidados com o som de seu violão.
A cerimônia contou ainda com a premiação, em caráter excepcional, de duas estudantes vencedoras do 3º Concurso Literário Dr. Carlos Adauto Vieira. A revelação dos vencedores e premiação ocorreu durante a 18ª Feira do Livro de Joinville, mas as estudantes não puderam comparecer por motivo de saúde.
São elas:
1- Primeiro lugar Ensino Fundamental: Maria Fernanda Budal Arins, professora responsável Ramona Becker Schulze, Escola Cenecista José Elias Moreira.
2- Segundo lugar Ensino Médio: Isis Vithória Vogel Kieper, professor responsável Tauan Calil Medeiros, Colégio dos Santos Anjos.
A solenidade foi transmitida ao vivo pelo Facebbok da AJL e o vídeo poderá ser visto no link https://www.facebook.com/academiajoinvilense .
Nielson Modro lembrou suas origens e o zelo dos pais ao estudo e à leitura: “Os textos sempre se fizeram presentes em nosso cotidiano. Meus pais, ambos professores da área de exatas, sempre prezaram pelo tripé: honestidade, estudo e trabalho. Provavelmente a maior herança que pode ser legada a qualquer um. E em minha casa a estante de livros sempre foi o principal móvel da casa, tratado quase como um altar onde haveria histórias e mais histórias a serem descobertas”, afirmou. Contou ainda a história de seu primeiro livro, escrito no ensino primário, datilografado e montado artesanalmente, que provavelmente encantou um leitor misterioso, que, para tristeza do jovem escritor, o subtraiu arbitrariamente.
Modro foi recepcionado pela acadêmica Maria de Lourdes Bello Zimath, sua professora: “Conheci Nielson no espaço mágico da sala de aula. Há um provérbio que diz que ‘o professor planta no inverno para talvez colher no verão ‘. Com Nielson, pude ver flores e frutos antes mesmo do verão!”
Donald Malschitzky exercitou sua alma de poeta para contar um pouco de sua trajetória e explicar a paixão pelas letras que pauta a sua vida: “Foram colocadas em águas piscosas, e as pesquei, grudaram-se nas pipas empinadas por crianças para colorir os céus, espalharam-se em caminhos, campos, montes, onde as colho, muitas vezes em solitárias pedaladas”, revelou. E explicou o que é ser artista – e resistir: “Produzir, mostrar, mostrar-se, encantar corações e, pelo encantamento, seduzir mentes, pois mentes seduzidas pela arte não caem bêbadas na manhã de cada dia”.
Malschitzky foi recepcionado pela acadêmica Simone Nascimento Silva. Ela lembrou a crônica “O bálsamo labor das cigarras”, para traduzir a forma de criação do novo acadêmico: “Donald escreve assim como as cigarras trabalham, cantando. Para o nosso novo confrade, escrever faz parte da vida cotidiana. Não é à toa que ele é considerado um dos maiores cronistas do Estado de Santa Catarina.”
Sobre os novos acadêmicos:
- Nielson Ribeiro Modro é sucessor do acadêmico efetivo Wolfgang Olaf Pedro Kress, na cadeira 12. Modro é professor universitário e advogado com graduações, especializações e mestrados nestas áreas, ainda tem doutorado em ciências jurídicas. Publicou 23 livros e já está em fase de ajustes de sua próxima publicação.
- Donald Malschitzky é acadêmico correspondente, na cadeira 11.
Malschitzk é um dos fundadores da Associação das Letras de Joinville, da qual foi presidente. Publicou sete livros, é cronista semanal em jornais há 31 anos – atualmente publica no jornal A Gazeta, de São Bento, e Folha Parati, de Barra Velha. Também é colaborador e membro do Conselho Editorial da Revista Francisca. Nascido em São Bento do Sul, reside em Barra Velha desde 2013.
Sobre a Academia Joinvilense de Letras
A Academia Joinvilense de Letras (AJL) foi fundada em 15 de novembro de 1969 e teve como primeiro presidente – e grande incentivador – o escritor e historiador Adolfo Bernardo Schneider. Ela tem como missão estimular a criatividade literária e a pesquisa, preservar os valores culturais da cidade e do estado de Santa Catarina e valorizar as atividades culturais e artísticas da região. Os acadêmicos eleitos são personagens fundamentais da cultura joinvilense, com obras, pesquisas e realizações valorosas.
A semente da academia foi lançada no início da década de 1960, quando um grupo formado pelo escritor, orador e teatrólogo José de Diniz; o advogado e político Eugênio Doin Vieira, o escritor e professor Augusto Sylvio Prodöhl e Adolfo Bernardo Schneider se reuniram e criaram, em janeiro de 1961, o “Instituto Joinvillense de Cultura”. Naquela época, o presidente era José de Diniz e o vice-presidente, Adolfo Bernardo Schneider.
A ideia de reunir pessoas ligadas às Letras com o objetivo de estimular a produção literária e intelectual local foi retomada em 1969. Na época, o então prefeito de Joinville, Nilson Wilson Bender, formou uma comissão presidida por Adolfo Bernardo Schneider – e a partir do trabalho desse grupo foi fundada oficialmente, em 15 de novembro de 1969, a Academia Joinvilense de Letras, tendo como sede provisória a Biblioteca Pública Municipal Prefeito Rolf Colin.
A AJL é a segunda mais antiga academia de Letras de Santa Catarina – antes dela só havia a Academia Catarinense de Letras (ACL), fundada em 1920 e que ganhou expressividade na década de 1960.
A solenidade de inauguração da AJL, realizada nos salões da Sociedade Harmonia-Lyra em 1969, contou com a presença de personalidades renomadas no meio intelectual brasileiro, como o escritor Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, que representou a Academia Brasileira de Letras.
A partir do final da década de 1970, porém, a AJL foi, aos poucos, reduzindo as atividades. Com o falecimento do presidente Adolfo Bernardo Schneider, em 2001, ela ficou totalmente inativa – embora oficialmente ainda existisse.
A retomada ocorreu em 2013, quando o advogado e pesquisador Paulo Roberto da Silva começou a resgatar a história da AJL e a mobilizar os acadêmicos ainda vivos e a comunidade para reativá-la.
A atual presidente da Academia Joinvilense de Letras, na gestão 2020/2022, é a jornalista e escritora Maria Cristina Dias. Os acadêmicos se reúnem pelo menos uma vez por mês, na Sociedade Harmonia-Lyra, na rua XV de Novembro, 485, ou de modo virtual.