MARIA ANTONIETA ANTUNES CUNHA
MARIA ANTONIETA ANTUNES CUNHA
Maria Antonieta Antunes Cunha nasceu no dia 28 de junho de 1939, numa cidade bem pequena do Sul de Minas – Ribeirão Vermelho, que teve seus dias de glória na época das ferrovias que cortavam Minas Gerais. Pouco depois, seu pai, administrador da Rede Mineira de Viação, levou a família para Ibiá, em seguida para Cruzeiro (SP), até se estabelecerem em Belo Horizonte, quando Maria Antonieta tinha quatro anos.
Lá ela estudou em todos os níveis, jogou vôlei e tocou piano, até entrar para a Faculdade de Letras, e fez um programa na Rádio Guarani, onde cantava, sobretudo composições do folclore brasileiro.
Maria Antonieta foi por pouco tempo professora alfabetizadora, porque a Secretaria de Estado da Educação precisava de uma professora que também estudasse Letras. Ela, então foi para a Secretaria, para criar e analisar material enviado às professoras do “Ensino Primário” e dar aulas no Instituto de Educação, onde cursou o ginásio e o magistério. Era exatamente a sua paixão –, a formação de professores. Atuou nessa instituição por vários anos como vice- diretora, até ser chamada definitivamente para a Faculdade de Letras.
Ao mesmo tempo, no período de 1965 e 1968, Maria Antonieta se casou, indo com o marido morar em Bocaiúva, onde ele foi dirigir um hospital federal. Nesta cidade lecionou no curso ginasial (EF2, para os novos) e no Normal (Magistério). Ainda no ginásio, Antonieta foi professora de Sueli Brandão –, hoje presidente do Instituto da Feira do Livro de Joinville. Colegas de sala de Sueli foram Patrus Ananias – hoje deputado federal, e Luiz Fernando Emediato, grande escritor e editor.
De volta a Belo Horizonte, Antonieta fez concurso para professora da Faculdade de Letras, onde fez doutorado, com uma tese sobre o discurso indireto livre em Carlos Drummond de Andrade. Mais tarde, por puro interesse pela formação de docentes, fez o mestrado, e sua dissertação foi sobre um concurso literário de livros infantis (o João de Barro), que apresentava como diferencial ter dois júris: um, de crianças; outro, de adultos especialistas. O resultado merece uma boa conversa… Na UFMG, quando o assunto era leitura e literatura em sala de aula, corria para dar aulas na graduação e pós-graduação na Biblioteconomia e da Educação – além das Letras, naturalmente.
Em 1979, a professora e já doutora fundou com mais duas amigas a Casa de Leitura e Livraria Miguilim, e, em 1980, a Editora Miguilim, que deu a elas a honra de lançar grandes autores e ilustradores da área. Por causa dessa experiência a então secretária de cultura da prefeitura local, extraordinária pianista brasileira –, Berenice Menegale – pediu a Antonieta um projeto de biblioteca para crianças e jovens. Assim nasceu a Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte, inspirada em vários projetos vitoriosos de bibliotecas para esse público, em especial do Velho Mundo. Antonieta foi também a primeira diretora dessa biblioteca. Essas atividades a levaram a representar o Brasil nos concursos de literatura e de ilustração da Feira de Bolonha e em outros eventos internacionais, na Europa e na América Latina.
Em 1993, o vereador Patrus Ananias foi eleito prefeito de Belo Horizonte e convidou Maria Antonieta para Secretária de Cultura. Entendendo que deveria aceitar e cumprir ordem de ex-aluno, ocupou o cargo em toda a sua gestão. Depois, de 2005 a 2008 foi presidente da Fundação Municipal de Cultura – experiência diferente da anterior, mas também muito gratificante.
Mesmo nessas funções, Antonieta nunca deixou seu gosto por dar aulas, sobretudo para seus pares – professores, e participando de eventos em torno de Leitura e de Literatura, em especial para crianças e jovens. Nessa função, correu o Brasil algumas vezes. Isso também a levou a prestar consultorias e trabalhos para o MEC e para a secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais. Mais tarde, de 2010 a 2013, atuou junto à diretoria da Biblioteca Nacional, passando muito rapidamente pela secretaria do PNLD, oportunidade de conhecer figuras fundamentais das questões da leitura, como José Castilho, Fabiano dos Santos e Galeno Amorim.
Ainda hoje, Maria Antonieta continua realizando o que mais gosta: edição de livros, dando cursos e conversando sobre leitura e literatura, escrevendo, traduzindo. Entre esses trabalhos, marcados sempre pelo prazer, está a curadoria da Feira do Livro de Joinville –, que ela faz desde 2014.
“Na função de curadora, ganhei outro posto, que ainda não pude exercer condignamente – o de membro correspondente da Academia Joinvilense de Letras, mas que pretendo ainda corresponder às expectativas de seus membros” declara Maria Antonieta.
Com toda essa intensa vida profissional, Maria Antonieta menciona a constante e revigorante vida em família: além do marido, o médico Eunápio Antunes de Oliveira (tão apaixonado pela Medicina, que se aposentou somente agora, aos 82 anos) estão sempre por perto o filho Leonardo, jornalista, professor, doutor em cinema e escritor bastante premiado, com sua esposa, Valéria, publicitária e mestra da Informação; a filha Ana Carolina, estilista de moda, professora e tradutora, e seus três netos: Luísa, estudante de Engenharia Elétrica, Sofia, estudante de Direito, e André, de 10 anos, que parece ainda não ter a mínima ideia do que vai fazer quando crescer…
O Curriculum Vitae de Maria Antonieta Antunes Cunha é tão extenso que daria um livro. Porém, com esse resumo que nos enviou, podemos ter uma ideia da importância desta Acadêmica Correspondente, que honra e enriquece a Academia Joinvilense de Letras.
(Pesquisa e redação de Nelci Seibel)
Referências:
Maria Antonieta Antunes Cunha
Sócia-Correspondente de Belo Horizonte-MG, Brasil.
Fonte da imagem: http://contaumahistoria.com.br/wp-content/uploads/2013/02/MARIA-1.jpg