Mulher em primeiro lugar
Ouvi este pedaço de canção no cabeçalho desta crônica de nossa MPB não sei onde e não me lembro da data. A memória, às vezes, marota, deixa-me às apalpadelas. Mas a mulher, desde a Idade Média até os dias que correm, tem se aproximado da moda de maneira ousada, sensual, mexendo com nossas retinas cansadas, como uma luz beneficiando as trevas. Perdoe-me aí, leitor, se exagero na retórica, inimiga de tantos poetas concretos e que querem bem longe de si o lirismo bem comportado e água-de-açúcar via de regra pegajosa para emoções mais fortes e até petrificadas. Mas o homem, em seu machismo histórico (os países asiáticos escravizam ainda a mulher como se vivêssemos na era paleolítica), não sabe dar o valor ao eterno feminino. Ia falar em moda para a estação e acabei em outras digressões. Falei das mulheres com emoção e não dei ao homem quase nenhum espaço. A mulher fez da moda a expressão do belo, com sobras e poder de sua sensualidade. Às vezes, com um simples olhar. Muitas vezes, com o poder da conquista e o sim da mulher, complicado muitas vezes para o confuso homem moderno, que vai perdendo cada vez mais terreno.