O Capim (Reginaldo Jorge)

 

O Capim

Reginaldo Jorge

 

Menino de olhos bonitos

Com a fala em tom de Jasmim

Lhe deram o pomposo nome de Valmir

Como era muito franzino o apelidaram de  Capim

 

Aficionado pelos livros

Amante dos saraus e retretas

Descendente de família de professores

Cresceu apaixonado pelas letras

 

Com forte convicção política

Alguém de cabeça legal

Levou o destemido Capim

Para a então Alemanha Oriental

 

Longe de tudo e todos

Viveu este “exílio” com arte

Voltou para Joinville com a disposição

De levar a poesia por toda parte.

 

Teatro, arte e música

Em tudo ele investia

Quando cobrado retrucava

O povo precisa de alegria

 

Seu sonho de espalhar os versos

Ganhava som de brandura

Foi o grande idealizador

Da caravana da cultura

 

E como um Quixote das letras

Armado de caneta e alegria

Partiu Capim recitando e teatralizando

Levando a arte para a periferia

 

O como homem das letras

Encontrou em Lúcia o seu ABC

Deste amor destemido

Viram Laura e Joana nascer

 

E como toda família linda

O amor não tem começo nem fim

Vieram as grandes belezuras

Os netos amados Clarice e Benjamin

 

E hoje a zona sul exulta

E se regojiza de alegria

Pois agora o bairro Itaum

Está representado na Academia

 

No coração dos amigos

Se entra e não se elege

Cabe aqui ressaltar os trabalhos

Realizados pelo nobre Capim

No Universo Down e na Adej

 

E para finalizar meu cordel

Já recheado de emoção

Vou falar dos tipos de Capim:

Lembrado pelo Zabot: o Capim Teimoso!

Tem ainda o Capim gordura e o Capim Limão

O que chegou na Academia Joinvilense de Letras

Foi o Capim emocionado e chorão.

Capim das ruas, Capim irmão.

 

 

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