Os rios de minha infância

Os rios que margeavam minha infância,
quais pássaros do brejo,
escondem-se nas muitas palavras
que os rodeiam.

De longe os vejo ainda
e sua voz, quase muda,
clareia os lábios da saudade.

Se me esforço em trazê-los
para agora, desfazem-se
em voos no passado.

É assim que amam ser,
distantes, semiausentes.

Também eu os amo assim,
na leveza das asas
espelhadas sobre a água.

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