Por quem vicejam os campos (Zabot)
POR QUEM VICEJAM OS CAMPOS
Surpreendeu-me aquela chuva…
Leve e fagueira,
garota-menina.
Delícia espraiando-se…
gotejares às colinas.
E com que delicadeza abraçou-me,
sorriso de anjo,
asas ligeiras de colibri.
Depois, às gargalhadas
despiu-se por inteiro.
Nudez própria de quem cavalga
invulgares janeiros.
Chuva bençoada,
amo tuas investidas:
pingos de esperança em cada gota d’água.
Agora, porém, cavalgas por outras plagas,
tranças d’ouro no ar.
Onde quer que estejas,
não importa onde…
Que grata surpresa!
Avivas os campos,
ó jovem princesa…!
Pois, mais do que encanto,
és flor, e mais do que flor…
Por ti vicejam os campos.
Joinville, 23 de agosto de 2022
Onévio