Versejar a Joinville (Zabot)
VERSEJAR A JOINVILLE
Versejar às breves goteiras.
Chuva cavaleira…
Terra sem fronteiras!
Versejar a Joinville,
cidade alvissareira!
Cidade das Flores – orquídeas vincadas de cores;
Cidade das Bicicletas – memória de atleta;
Cidade dos Príncipes – principado com alma de poeta;
Cidade da Dança – Bolshoi: arcanjo na ponta das asas;
Manchester Catarinense – aço verde em brasa.
Germânica… suíça, porém;
portuguesa, mas norueguesa também?
Carijós nos sambaquis sobressaem.
Linhas corrente, carretel pra toda gente;
Restaurantes: chucrute, repolho roxo, marreco com tempero de serra.
E por que não a Joinville colonial:
cavalo verde corcoveando na Serra Geral.
Ó Não!… a estrada rio da Prata, então!
E outras mais, com seus dourados quintais.
Fundões de serra, cantões do Quiriri.
Alto da Serra…
Breve respirar, manhãs de primavera.
E a Vila Nova, então!?
Água pura que jorra na boca do monte.
Ó não!… E os arrozais:
ouro amarelo da esperança,
sabor e bonança.
Ó não!.. Refrescar-se nas brisas matinais;
Caranguejos refestelando-se, verbo à falação.
Ou então a Joinville do trem-de-ferro que funga nos cangotes;
Do Morro do Boa Vista até onde a vista alcança.
Ó Não!… Pirabeiraba: arrulhar das águas faceiras;
Ó não, não é só isso não!
Tem mais, muito mais…
Chopp com gotas de orvalho, tardes de verão;
Loiras e morenas que balançam as melenas, folguedos monumentais;
Cuca de banana, musse de goiaba com sabor e aroma de quintais.
E a classe operária que constrói a primavera… mãos solidárias.
Bandoneons – Kruger & Vogelsanger – entornando bemóis.
E mais, muito mais…
Ora, o que escrever nestas horas, se foge inspiração…
Haja fôlego, irmão…!
A boa terra tudo tem:
abraço afetuoso, gente faceira que acolhe todos com cortesia,
pouco importa a hora do dia.
Alvissaras! Bradam as palmeiras,
batem palmas de alegria.
Onévio Zabot