VI Concurso Literário Dr Carlos Adauto Vieira – Pronunciamento do Presidente da AJL, Onévio Zabot
VI CONCURSO LITERÁRIO DOUTOR CARLOS ADAUTO VIEIRA
PRONUNCIAMENTO DO PRESIDENTE DA AJL
ONÉVIO ANTONIO ZABOT
EXECELENTÍSSIMAS
Autoridades presentes já nominadas.
Professor, pais e mães, alunos e público presente.
Familiares do Dr. Carlos Adauto Vieira.
Prezados Acadêmicos.
Ao esboçar este pronunciamento, me perguntei: o que dizer, por que dizê-lo. Qual a mensagem?
Pensei nessa juventude aqui presente, vibrante, faceira e criativa.
Jovens literatos. E em vocês, gente amiga.
Eis que me veio à mente, pasmem, senhores e senhoras, o pronunciamento histórico de Rui Barbosa: Oração aos moços.
Sim, Oração aos moços. Acrescentaria, e também às moças.
Pouco a ver com essa solenidade. Muito a ver. Sei lá. Não é formatura, claro. Mas não deixa de ser um ambiente de formação de jovens talentos. Hora de lapidar a pedra bruta. Esmerilha-la. Dar-lhe brilho. Luz própria. O píncaro: a conquista da coroa de louros. Vitória e, ao mesmo tempo, glória.
Rui Barbosa, conhecido como a Águia de Haia, notabilizou-se como jurista, orador notável e político. Dos brasileiros, um dos mais cultos, certamente.
Consagrou-se com máxima: “A força do direito deve superar o direito da força”.
Convidado para ser paraninfo da turma de 1920 na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco -, onde se formara 50 anos antes, por problemas de saúde, não pode comparecer.
Envia, no entanto, o célebre discurso ORAÇÃO AOS MOÇOS. Preciso, cirúrgico, legou-nos lições de sabedoria incomparável.
Entre tantas pérolas, estas:
“Tenho o consolo de haver dado a meu país tudo o que me estava ao alcance: a desambição, a pureza, a sinceridade, os excessos de atividade incansável, com que, desde os bancos acadêmicos, o servi, e o tenho servido até hoje”.
“A vida não tem mais que duas portas: uma de entrar, pelo nascimento; outra de sair, pela morte. Ninguém, cabendo-lhe a vez, se poderá furtar à entrada. Ninguém, desde que entrou, em lhe chegando o turno, se conseguirá evadir à saída. E, de um ao outro extremo, vai o caminho, longo, ou breve, ninguém o sabe, entre cujos termos fatais se debate o homem, pesaroso de que entrasse, receoso da hora em que saia, cativo de um e outro mistério, que lhe confinam a passagem terrestre”.
“Não há, no universo, duas cousas iguais. Muitas se parecem umas às outras. Mas todas entre si diversificam. Os ramos de uma só árvore, as folhas da mesma planta, os traços da polpa de um dedo humano, as gotas do mesmo fluido, os argueiros do mesmo pó, as raias do espectro de um só raio solar ou estelar. Tudo assim, desde os astros no céu, até os micróbios no sangue, desde as nebulosas no espaço, até aos aljôfares do rocio na relva dos prados”.
“Quem é fiel nas coisas mínimas também o é nas maiores; e quem é injusto nas coisas médias, também o é nas maiores” (Lucas, XVI,10).
“Oração e trabalho são os recursos mais poderosos na criação moral do homem. A oração é o íntimo sublimar-se d’alma pelo contato com Deus. O trabalho é o inteirar, o desenvolver, o apurar das energias do corpo e do espírito, mediante a ação contínua de cada um sobre si mesmo e sobre o mundo onde labutamos.
Não há justiça, onde não haja Deus”.
Prezado público presente,
Quanta honra estar aqui neste momento solene. Nessa casa de Amigos. Nosso lema: DOMUS AMICA, DOMUS OPTIMA.
O concurso literário Doutor Carlos Adauto Vieira, dia a dia, cresce em musculatura. Já é robusto. E, sobretudo, revela talentos.
Estamos na VI edição. E esse trabalho só foi possível porque feito a muitas mãos.
Quando estamos num momento como este, é certo, é porque houve muita dedicação por parte das pessoas e das instituições signatárias.
Nesse sentido, a Academia Joinvilense de Letras – fundada no dia 15 de novembro de 1969 -, busca ser referência em literatura, tendo a língua portuguesa, a última flor de lácio, como porto seguro. Eis o alicerce temporal que a norteia:
VISÃO
Preservar e promover a língua portuguesa e a literatura em Joinville, valorizando, resgatando e estimulando a produção literária local, mantendo o bom convívio entre os escritores.
MISSÃO
Consolidar a Academia Joinvilense de Letras entre as referências acadêmicas, em Santa Catarina e no Brasil, pela excelência de seus acadêmicos e pelo trabalho literário que realizam, tanto nas publicações quando no fomento do livro e da leitura.
VALORES
- Liberdade de expressão
- Ética
- Respeito
- Participação
- Qualidade
- Transparência
- Empatia
- Responsabilidade
E, sobretudo, o mais nobre de nossa missão: resgatar, preservar e promover a memória dos escritores que nos antecederam. Daqueles que ergueram esta casa, a começar por Adolfo Bernardo Schneider, fundador e primeiro presidente da Academia Joinvilense de Letras.
Por isso, esse momento antes de tudo, é momento de agradecimentos. E de expressar profunda gratidão.
– Agradecer primeiro a vocês estudantes que acreditaram e investiram na criação literária;
– Aos professores pela dedicação e carinho;
– À Coordenadoria Regional de Educação, Sônia Paul e equipe;
– Ao Secretário municipal de Educação, Diego Calegari e equipe;
– À UNIVILLE, reitor Alexandre Cidral e equipe;
– À Faculdade de Letras da UNIVILLE – Coordenadora Claudia Gabardo e equipe, e estudantes de letras;
– À Sociedade Harmonia Lyra, Dr. Álvaro Cauduro e equipe;
– Aos membros da Comissão organização da Academia – Coordenadora Simone Gehrke e participantes: Bernadéte Costa, Nielson Modro, Rosana Mara, Taíza Moraes e Marcelo Lufiego.
– Aos acadêmicos que colaboraram na seleção final dos textos literários:
Ensino fundamental: 6ª a 9ª série
. Composição em prosa: Antonio Muller, Nielson Modro e Andreia Evaristo;
. Poesia: Taíza Moraes, Alessandro Machado e Onévio Zabot.
Ensino médio: 1º ao 3º ano
. Crônica: Sueli Brandão, Simone Gehrke e Donald Malschinsky;
. Conto: David Gonçalves, Marinaldo Silva;
. Poesia: Simone Nascimento, Valmir Neitsch e Bernadéte Costa.
– E um agradecimento especial à Associação Wolfgang Goethe, cujo patrocínio garante a realização deste concurso. Dr. Leandro Begnini e demais membros da diretoria somos gratos por esse nobre gesto.
Por fim, de coração, agradecer a todos que deixaram seus afazes, dedicando seu tempo para essa nobre missão: fomentar a literatura. Motivar e Incentivar a juventude.
Aos jovens premiados, parabéns. Sigam em frente. Aos que não foram agraciados, não desistam, chegará a vez de vocês. Desistir, nunca. Quem luta sempre vence.
Concluindo, nada melhor do que recitar o célebre verso do poema – O livro e América – do poeta dos escravos, Castro Alves, que nos deixou com apenas 24 anos idade e, cuja obra literária é imorredoura.
“Oh, bendito o que semeia
Livros…Livros à mão cheia
E manda o povo pensar
O livro caindo n’alma
É germe – que faz a palma
É chuva – que faz o mar”.
Muito, muito obrigado a todos.
Que as luzes do alto nos iluminem.
Viva a literatura!
Viva o concurso literário
Doutor Carlos Adauto Vieira.
Viva Joinville!
Joinville, 12 de novembro de 2025
