📖”A construção do texto histórico” (Apolinário)

Convidado pela diretoria da AJL para uma palestra, o historiador e acadêmico Apolinário Ternes brindou-nos com uma rica exposição sobre a construção do texto histórico cujo resumo transcrevo a seguir.

Apolinário Ternes

O historiador de Joinville iniciou falando sobre a importância de Heródoto, que viveu em Hallicarnasso, atual Turquia, cerca de 484 anos antes de Cristo, reconhecido como o principal fundador da história, tendo produzido uma extensa crônica daqueles remotos tempos, preenchendo o texto com informações e comentários sobre os ‘feitos gloriosos dos homens’.

O historiador falou também sobre Tucídides, outro famoso co-fundador da História, contemporâneo, igualmente, de Heródoto, com métodos mais severos e responsáveis com a informação verdadeiramente histórica. O texto histórico nasceu e se desenvolveu em razão da busca do ser humano em ‘lembrar’ e ‘comunicar’ os fatos vividos, assim como sob a perspectiva de ‘lembrar minuciosamente’ as operações de ‘fazer’. Com narrativas racionalmente organizadas e com a criação de cenários e, ainda, em ‘prosa contínua’ – não em versos apenas, como Homero – a história se transformou numa arte, capaz de mobilizar corações e mentes, tanto quanto de descrever cenários, paisagens e geografias distantes no tempo e no espaço.

A história tem sido, quase sempre, parcial e arbitrária, decorrendo da visão e das inclinações ideológicas de cada historiador, observou Apolinário. Contudo, ao longo dos séculos, ainda na Idade Média e posteriormente a partir do Iluminismo, a História adquiriu sentido e profundidade, ampliando consideravelmente a compreensão dos fatos e, de certa forma, produzindo uma espécie de maturidade daquela arte e ciência.

Na fala, Apolinário Ternes discorreu ainda sobre nomes como Giambatista Vico (1668/1744) e Edward Gibbon (1737/1794), como grandes historiadores da modernidade. O palestrante citou vários outros autores, destacando a coleção sobre historiadores de todos os tempos, da Editora Vozes, do Brasil, relacionando os principais nomes das décadas mais importantes na produção do texto histórico nos séculos 18 e 19.

Finalizando a exposição, que durou cerca de trinta minutos, o historiador Apolinário Ternes discorreu sobre como se iniciou na arte da história, a partir de 1978 e de como produziu mais de trinta livros sobre a cidade de Joinville, suas instituições e empresas de porte da região, tema ao qual dedicou três décadas consecutivas, ao lado do exercício do jornalismo, onde, igualmente, esteve atuando por quase cinco décadas seguidas.

Os acadêmicos participantes do café cumprimentaram o palestrante, agradecendo a riqueza de sua explanação.

COMPARTILHE: