“Boas ideias” para incentivar a leitura (Hilton)

“BOAS IDEIAS” PARA INCENTIVAR A LEITURA

Hilton Görresen

É uma lástima! Costuma-se dizer que brasileiro não lê. Como poderia ler se vive num mundo audiovisual, formado por TV, DVD, videogames, smartphones, Iphones e outras novidades que a cada dia mais se aprimoram?

Para que as pessoas leiam é preciso facilitar ao máximo sua “interface” com os textos, colocá-los à sua frente, olho a olho, nos lugares que costumam frequentar e nos momentos certos. É como diz o ditado: se o leitor não vai aos livros, os livros vão ao leitor.

Por exemplo, nos ônibus. Já ouvi falar de um projeto visando colocar pequenos textos – frases, poesias e minicontos – nas janelas dos ônibus.

Vou mais adiante: acho que se poderia colocar um livro inteiro detrás dos assentos desse transporte coletivo, um capitulo em cada assento. Assim, durante um trajeto, o usuário que sentasse na primeira poltrona leria o primeiro capítulo. Se ele se interessasse pela narrativa, na próxima viagem sentaria na segunda poltrona e assim por diante. Em algumas viagens, teria lido um livro inteiro de graça. Nova linha de ônibus, novo livro. É o que chamo de ler nas entrelinhas.

Prosseguindo com minhas boas ideias para aumentar o número de leitores do país, qual o local que todos devem obrigatoriamente frequentar uma ou duas vezes ao dia? Acertou, o banheiro. Pois nada impede que se imprimam pequenos textos no papel higiênico, antes de cada picotado. O usuário puxa o papel, dá um lida e o utiliza como bem entender. A vantagem é que se não gostar do texto já sabe onde colocá-lo, não é mesmo?

Outra possibilidade seria imprimir frases de diversos autores nas camisas de jogadores de futebol. Depois de um tempo, o torcedor iria identificar seu ídolo não pelo nome, mas pelo texto impresso na camisa. Ao narrar o jogo os comentaristas diriam: lá vai com a bola o texto do Jorge Amado, dribla um, encontra pela frente o poema do Drummond, passa por ele. Toca a bola para a crônica do Machado, e por aí vai. Só não aconselho isso na camisa do juiz, a fim de poupar a pobre mãe do escritor.

Também as popozudas que costumam aparecer na televisão e desfilar no Sambódromo poderiam prestar um serviço inestimável à cultura do país. Bastaria colocar textos em suas partes, como direi, mais visadas pela plateia, se é que me entendem. Quem deixaria de apreciar um texto de José de Alencar no terreno de fundos da Mulher Melancia?

As ideias estão aí. É preciso ousar. Pq c naum fizermos nada, acabaremos 100do 1 país 100 leitura e tb 100 memória.

 

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