Ac. Bernadéte Costa leu “Pequena coreografia do adeus” (Aline Bei)

 

Pequena Coreografia do adeus

 

Aline Bei nos arranca do lugar comum de leitores ancorados na materialidade de um romance clássico.

Quando abrimos o portal de Pequena Coreografia do Adeus nos perguntamos, ao visualizar a estética do texto – mas isso é romance?

Ao iniciar a leitura nos deparamos com uma escrita, pós-moderna, de grande intensidade visual e lírica – uma prosa coreografada em pura poesia – que quebra a disposição linear da palavra. Nessa quebra, a palavra de Aline na voz de Júlia Terra é impactante; numa narrativa que permeia o início da adolescência até a idade adulta da personagem.

No caminho percorrido pelas dores de Júlia, abrimos reflexões sobre os rompimentos do cotidiano familiar, carente de afeto. Em que o silencio do amor é mudo.

Ao buscar proteção para as adversidades exteriores, Júlia, começa a escrever um diário, pois imagina que: “deve ser como / jogar um balde / de água suja / no ralo do quintal”.

O livro é dividido em 3 capítulos: Júlia, Terra e Escritora – estrategicamente pensados em: nome (início da adolescência), sobrenome (adolescência), e a profissão que a personagem quer seguir (fase adulta).

No decorrer da história a música sensibiliza Júlia, tornando-se um subterfugio que usa para transcender sua realidade. Assim, a autora criou um playlist para o livro, demonstrando ainda mais a intertextualidade de sua obra – confira a seleção no Spotify (Júlia (bit.ly/julia-playlist), Terra (bit.ly/terra-playlist) e Escritora (bit.ly/escritora-playlist). “Beethoven ri da gravidade dos meus gestos”

Convido para a leitura desta rica prosa poética, que pode ser de um só folego ou em pequenos goles para degustar o imaginário íntimo mais profundo desta Grande “Pequena Coreografia do Adeus”.

Bernadéte S. Costa

 

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