Ac. Nelci leu “Inesperado” de Eduardo Anton
Inesperado – (Eduardo Anton) – resenha
Inesperado é um livro escrito pelo personagem central da obra – Eduardo Anton –, que versa sobre o atentado à mão armada que sofreu, mudando a sua vida e a de toda sua família.
Eduardo era diretor executivo de uma empresa familiar de médio porte na área de logística, consolidada e bem sucedida, em São Francisco do Sul.
Como de hábito, naquele dia ele saiu da empresa à tardinha, dirigindo-se direto à casa dos pais, para buscar suas filhas que passavam algumas horas com os avós. O casal estava em pé, próximo ao portão, observando as netas a brincarem no gramado e aguardando a chegada de Eduardo. Ele chegou e estacionou em frente à residência, no lado oposto da rua.
Assim que fechou o carro, uma moto com dois ocupantes apareceu a toda velocidade e parou em frente a Eduardo. O sujeito do carona desceu e ato contínuo apontou uma arma calibre 38 sobre a cabeça de Eduardo e atirou. Numa fração de segundos virou-se e deu mais dois tiros na nuca da vítima e já se afastando, mais um tiro na barriga de Eduardo. Montou na moto e os dois se mandaram em disparada.
Eduardo ainda estava de pé, tentando processar o que havia acontecido, quando viu seus pais com ele, ajudando a leva-lo para a ambulância já presente. De imediato foi levado ao Hospital N. Sra. das Graças em São Francisco, e ali, após os primeiros socorros, iniciou-se o transporte do baleado para Joinville, ao hospital da Unimed onde as providências, como sala de cirurgia, especialista em cirurgias de cabeça e equipe já estavam tomadas. Prontamente operado com sucesso (embora uma bala continue até hoje alojada a um cm da carótida) e colocado em coma induzido para o descanso do cérebro e evitar infecções.
Para Eduardo os dez dias do coma foram como um sonho, em que via sua esposa grávida de cinco meses do terceiro filho, as duas filhas, os pais e o irmão, funcionários da empresa, amigos, etc.
Ao acordar, as sequelas, não percebidas de início, foram sendo detectadas com o passar dos dias. A visão ficou comprometida do lado esquerdo, o que o impossibilita de dirigir e andar sozinho na rua. Além disso, sua mente tornou-se lerda na manutenção de foco, na tomada de decisões entre outras situações que não lhe permitem mais ocupar o cargo de diretor na empresa.
Uma longa corrida a psicóloga, neuropsicóloga, psiquiatra e fisioterapeuta preencheram e ainda preenchem a rotina de Eduardo, resultando em lenta e a cada passo comemorada melhoria. Profundamente cristã, a família credita e agradece muito a Deus a sobrevivência de Eduardo, considerada um milagre.
Esposa, filhas e pais de Eduardo tiveram e ainda têm dificuldade de aceitação dessa violenta agressão (aconteceu em 2013), embora todos tivessem passado por longas terapias.
Não tendo mais condições de dirigir a empresa da família, Eduardo se especializou em Coaching, tendo diploma pela Sociedade Latino Americana de Coaching e Master Coach e certificado pelo Instituto Maurício Sampaio.
As limitações resultantes das sequelas em função dos tiros, Eduardo transformou em um novo rumo à sua vida: ajudar outras pessoas. Além de palestras e workshops de Coaching, dedica parte do seu tempo a ações sociais, sendo por isso muito querido, tanto em São Francisco como em Joinville. “Deus me deu um corte, mas também uma nova chance”, diz Eduardo no final do livro.
(Nelci Seibel 2019)