Acadêmico Alcides Buss recebe prêmio da ACL pelo conjunto da obra

 

Acadêmico Alcides Buss recebe prêmio da ACL pelo conjunto da obra

 

O acadêmico Alcides Buss recebe nesta quinta-feira, 13 de julho, o Prêmio Othon Gama d’Eça concedido pela Academia Catarinense de Letras pelo conjunto da obra.  A distinção faz parte do Prêmio Catarinense de Literatura de 2022 e a solenidade de entrega será no auditório da Casa de José Boiteux (av. Hercílio Luz, 523 – Centro – Florianópolis), às 19 horas. A cerimônia também será transmitida ao vivo pelo canal da ACL no Youtube.

O poeta Alcides Buss é membro-fundador da Academia Joinvilense de Letras  – AJL, e ocupa a cadeira 38, que tem como patrono Virgílio Várzea.

Ele começou a publicar seus poemas no final dos anos 60, dentro do movimento da poesia independente, também chamada marginal. Seu primeiro livro, de 1970, trouxe como título “Círculo quadrado”, numa referência irônica à realidade da época. Um ano depois venceu o I Festival Catarinense de Poesia Universitária, promovido pelo Diretório Central de Estudantes da UFSC, com o livro experimental “O bolso ou a vida?”. Com o objetivo de alargar a difusão da poesia, criou o Varal Literário e o Movimento de Ação do Livro: o “Livro em Movimentação”, através do qual uma obra era repassada de uma pessoa para outra.
Ainda estudante de Letras, em Joinville (SC), editou o jornal de cultura “O Acadêmico”, além de um suplemento literário nos Diários Associados de Santa Catarina. Convidado para diretor de cultura no Município, promoveu a implantação do Museu de Arte Joinville, a criação da Escola Municipal de Dança e, com repercussão nacional, um projeto de popularização das artes, levando a música, a dança e a literatura para praças, escolas, igrejas e outros lugares públicos. Com poetas e escritores, editou a revista “Cordão”.
Em 1980, transferindo-se para Florianópolis, iniciou na UFSC uma experiência de criação literária com estudantes universitários. Durante anos, suas oficinas promoveram o surgimento de novos escritores, abrindo espaço também para o desenvolvimento de outras artes, como o cinema. Os varais literários se intensificaram e foram alcançando, aos poucos, outras cidades e estados brasileiros.
A partir de 1991, durante dezessete anos, dirigiu a Editora da UFSC, mantendo e criando importantes coleções. Entre elas, destacou-se a “Ipsis Litteris”, destinada a novos escritores, publicando anualmente dezenas de títulos.
Eleito em 1993 presidente da Associação Brasileira das Editoras Universitárias, empenhou-se no fortalecimento da instituição, conseguindo apoio do Ministério da Educação para criação de editoras em todas as universidades e garantindo a participação das edições universitárias nos eventos nacionais e internacionais mais importantes.
Entre 1997 e 1999, presidiu a União Brasileira de Escritores de Santa Catarina. Foi finalista do Prêmio Jabuti 2000 com o livro “Cinza de Fênix e três elegias”. Em 2001, uma exposição de artistas catarinenses, entre eles Rodrigo de Haro, Sílvio Pléticos, Eli Heil e Vera Sabino, com obras criadas sobre seus poemas, percorreu as principais cidades do Estado e do Sul do Brasil.
Em tempos mais recentes, Alcides Buss foi diretor de Comunicação da ABEU, criando e mantendo durante vários anos o boletim eletrônico semanal “ABEUemREDE”, bem como a revista “Verbo”, órgão de divulgação do livro universitário brasileiro. Foi ainda diretor de Difusão Editorial da mesma entidade, sendo responsável pela implantação do Catálogo Unificado das Editoras Universitárias. Atualmente, coordena o Círculo de Leitura de Florianópolis.
Ao longo dos anos tem recebido inúmeros prêmios, entre eles o da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), pelo livro infantil “A poesia do ABC”; o Prêmio Manuel Bandeira, da União Brasileira de Escritores (RJ), pelo conjunto de sua obra, e o de Mérito Cultural Cruz e Sousa, do Governo do Estado de Santa Catarina.

A Academia Catarinense de Letras também distinguirá com o  Prêmio Catarinense de Literatura de 2022, os escritores Ieda Magri (Romance “Um Crime Bárbaro”), Michelli Provensi (Conto “Marinheira de Açude”), Isadora Fóes Krieger (Poesia “Tanatografia da mãe”), Jayro Schmidt (Ensaio “Clarice Lispector ou a flutuação do instante”), Luiz Henrique Tancredo (Crônica “Cartas Catarinenses”), e Ana Lice Brancher e Vanderlei Machado (“História de Santa Catarina na Primeira República”).

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