Áspero exílio

É sempre noite

quando retornas

em fragatas

de frágil trajetória.

 

Pressentimentos estranhos,

planuras.

 

É sempre noite

quando recolhes

o  vinho tombado

no copo recomposto.

 

Gesto amargo

de áspero exílio.

 

É sempre  noite

quando ensejas voos

em  negras caravanas

 

ao  inscrever a lua

no círculo das lágrimas.

 

É sempre  noite

quando voltas à casa dos  ventos

para recolher o verbo.

 

Memória  indivisa

nos vitrais do mundo.

 

É  sempre noite

quando voltas ao ninho das serpentes

para recolher  a sombra da lua.

 

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