Aturdidos egos (Bernadéte Shatz Costa)
Aturdidos Egos
Bernadéte Schatz Costa
Infinito azul dorme celestial
enfeitado e cristalino feito céu.
Tesouro dourado, adorno, véu
em cegos olhos de brilho glacial.
De tristeza recitam o terço
a apaziguar fúnebre poesia
e sal, trazidos pela maresia
ao entardecer, que é um berço.
Brilhante firmamento a cinzar
egos, na rotina aturdidos
sem sul e, agulha de marear.
Soltos, a vagar ondas, náufragos,
findam barco e berço rendidos
despedem-se iludidos egos.