Chuva apenas (Zabot)
CHUVA APENAS
Não sei porque,
mas amo a chuva…
E para sempre
a amarei.
Quando serena,
escreve na areia
com bico de pena.
Evoca inquietudes
amenas,
pois se é chuva…
É chuva apenas.
Ó quanta ternura,
ó quanta coragem
desprender-se,
ó musa, na paisagem.
Aqui as amendoeiras,
acolá as tamareiras!
Irmã cavaleira,
escrevendo, reescreves
mensagens instigantes,
pois, a todo instante
cruzas novos horizontes.
Chuvinha amada,
esposa singela e ausente.
Ergo os braços
recolhendo-a desassossegado.
Mãos molhadas.
Nem sabes,
mas sou doido por ti,
pois vivo d’esperança;
doce olhar de criança.
Joinville 27 de setembro
Onévio