Harmonia Lyra (Zabot)

 

HARMONIA LYRA

 

Do acadêmico Wilson Gelbcke, o livro: Ivo Birchkholz – Tudo por Joinville. A pérola: “E da fusão da Harmonie com a musical Lyra, em 1921, nasceu a Sociedade Harmonia-Lyra. A inauguração da sede: 13 de dezembro de 1930.  Na raiz de tudo, a música. Partituras. A sociedade – de cunho cênico -, já estava formada, no entanto, desde 1858.

Harmonia Lyra, como não evocar a Exposição de Flores – santuário joinvilense das orquídeas. Tudo nasceu ali, protagonismo, abnegados pioneiros. Muitos destaques. Doutor Bachmann, por exemplo. Médico, mas acima de tudo orquidófilo. Memoráveis incursões na Mata Atlântica, berço delas.  Tesouro vivo da mãe-natureza.  Na obra: O Fruto da Terra – Festa das Flores em Joinville -, Apolinário Ternes traça um perfil desta exitosa jornada; elenca fatos, arrola personagens.

Quanto à sociedade Harmonia Lyra em si, não apenas ostenta e engrandece a memória cultural da cidade dos príncipes. Muito mais. Bem mais que isso.   Personalidades marcantes de sua história a enobrecem sobremaneira, caso de maestros do porte de Josef Prantl, Ludwig Seyer, Tibor Reisner e outros tantos, verdadeiros ícones da arte musical.

E, por fim as letras, presentes através da Academia Joinvilense de Letras, ali fundada em 15 de novembro 1969 por Adolfo Bernardo Schneider e uma plêiade de escritores. Reunir-se ali, nos dias atuais, que honra. Quanta alegria!

Hoje, sob a batuta do presidente Álvaro Cauduro, a Sociedade Harmonia Lyra – remoçada: seja na restauração: arquitetura singular – seja na sua vocação inequívoca:  promoção cultural –, certamente, navega novos horizontes.  Céu de brigadeiro. Passado, presente e futuro – de mãos dadas, irmanados -, louvam Orfeu.

Daí, neste momento atrever-me. Data vênia, valorosos protagonistas. De minha lavra, o poema:

 

LIRA DE ORFEU

 

Oh senhor,

emprestai-me as flores desse jardim

para que possa reerguer

castelos no céu.

Da rosa farei

uma chuva de pétalas,

do jacinto

um mar de esperança.

Das dálias,

farei pequenas conchas

às aves marinhas…!

Anos de arribação.

Às gérberas,

reservarei   encanto maior:

carruagens de Orfeu

às floradas da terra.

E à Harmonia Lyra,

sonoridades novas:

acordes de ouro

nas cores do céu.

 

Joinville, 01 de maio de 2023

Onévio Antonio Zabot

Da Academia Joinvilense de Letras.

 

 

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