Marechal Rondon
Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon: em honestidade, respeito ao próximo e amor ao trabalho, ninguém o supera e poucos o ombreiam.
De faro selvagem e dedicação incomum, muito deve o Brasil a este ousado desbravador. De ascendência indígena e pai miscigenado: sangue espanhol e lusitano, como poucos compreendeu a alma nativa. O pai, antes de falecer, recomendou-o ao irmão:
– “Cuide de Cândido, encaminhe-o nos estudos.
– “Aqui em Mimoso, no distante Mato Grosso, no máximo será um bom vaqueiro, o que é uma honra, mas ele pode ser mais”. Estranho pressentimento, premonição. O sobrenome Rondon veio mais tarde, do lado materno.
Superada a fase de Cuiabá, onde iniciará os estudos, desafia os limites do tio-protetor querendo mais: assenta praça no exército, no distante Rio de Janeiro. Reservado e estudioso conquista a todos: Euclides da Cunha – colega de turma – e Benjamim Constant, o mestre que o desperta ao positivismo. Ordem e Progresso será o lema a guiá-lo; Augusto Comte, a fonte de inspiração.
O Brasil de então, em termos de comunicação, limitava-se ao litoral. Recebe uma missão: estender o telégrafo ao inóspito Centro-Oeste. Em meio à selva, ora de barco, ora em lombo de burro, cumpre o desafio. O sangue indígena fala alto; mesmo provocado, jamais afronta os nativos, respondendo com a máxima: “Morrer, se preciso for, matar nunca”.
Chiquita, a abnegada esposa, compreende a nobre missão e o apóia: primeiro nas linhas telegráficas, depois na demarcação de fronteiras do norte ao sul. Theodore Roosevelt, ex-presidente dos Estados Unidos, que o teve como condutor numa longa viagem pelo interior do país, maravilhado, exclamou: “Um povo que tem filhos dessa ordem há de vencer. O século XX lhe pertence”.
Rondônia, jovem estrela na constelação dos estados brasileiros, rende-lhe eterna homenagem. Justa homenagem. Jovens, nesses tempos de tantas incertezas e de tantas falcatruas, atentem! Parem. Reflitam. Renunciar ao imediato e sonhar mais alto, sempre vale a pena. Leiam sobre Rondon. Faz bem conhecê-lo. E como faz bem.