Quero de volta (Adauto)

Quero de volta…

As minhas trovoadas de verão, surpreendendo incautos cidadãos sem guardas chuvas, inúteis pela tribuzana, revisando as suas hastes como se fossem de cipó; seus trovões ribombando pelo Jurapê subindo a Serra Dona Francisa, empurrando de volta ao mar o sudeste calmo e refrescante contra o sol escaldante, agora, pingando de chuva passageira e miúda. De poder apreciar nossa dinâmica síndica Josy, ainda, empurrando o carro de lixo do condomínio para fora, facilitando o serviço dos lixeiros, já com capas amarelas impermeáveis. Onde está tudo? Será que “vento levou?” Junto com o Clark Gable? Ligeiro, bürgermeister, segura este vento para não derrubar as palmeiras, como o faz com ás árvores da floresta ciclópica da região…Não, não adianta fotografar ou fazer self dentro do apartamento. Quero as minhas trovoadas com a sua músicas de órgãos, transformando, por instantes, a cidade em uma imensa catedral. Quero, sim. Tudo! Tudo! Igualzinho. Se necessário, chama de volta o pintor Eugênio Colin e o seu colega Victor Kursansew e os escultores, Fritz Alt e Mário Avancini como dantes para as eternizar nas telas, nos mármores e nos granitos. Quero, sim e não estou brincando. Quero sentir o Papai do Céu, como em criança. Estar zangado, segundo a Vó Frau Hilda Doerffell. É agora ou nunca. Não adianta amenizar: quero-as como eram, autênticas!!!.

26/03/ 2021 Carlos Adauto Vieira

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