Recepção a Donald Malschitzky por Simone Nascimento

 

DISCURSO DE RECEPÇÃO DO ACADEMICO CORRESPONDENTE

DONALD MALSCHITZKY.

 

Boa noite a todos!

Ao cumprimentar a presidente Maria Cristina Dias cumprimento:

Todas as autoridades presentes, todos os familiares, todos os acadêmicos e, em especial, quero externar meus cumprimentos ao acadêmico correspondente DONALD MALSCHITZKY, recepcionando-o em nossa Academia Joinvilense de Letras, e apresentando-o aos confrades e a todos os presentes um pouco da vida de nosso amigo Donald.

Donald Malschitzky desde a década de 70 estava no meio da turma de escritores que promoviam um agito no meio cultural em Joinville. Sempre dinâmico e idealista trabalhou por muitos anos com os Grupos de Escoteiros, tarefa que ele conta com orgulho e valentia até hoje.

“Dizia Donald que o movimento escoteiro dá ao jovem a possibilidade de viver as coisas. É uma educação extremamente prática, é o aprender fazendo”.

E quem poderia imaginar este homem a frente de um grande grupo de escoteiros, comandando a organização de atividades como jogos pan-americano, pudesse escrever poesias.

Sim, poesias. E as poesias de Donald trazem um traço da realidade que vivemos e sua militância social. Apresenta também um contraste entre a realidade objetiva e a subjetiva.

Mas, acredito que o forte de nosso amigo Donald são suas crônicas.

Lendo uma de suas crônicas intitulada “O bálsamo labor das Cigarras”; Donald diz que o escritor exercita-se escrevendo por horas e horas e pesquisando também. Posso até correndo o risco de estar enganada, dizer que, Donald escreve, assim como as cigarras trabalham, quero dizer cantando. Explico melhor, para o nosso novo confrade, escrever faz parte de sua vida cotidiana, não é a toa que Donald é considerado um dos maiores cronistas do Estado de Santa Catarina.

Nosso amigo nasceu em 19 de maio de 1952, hoje esta com 70 anos, casado com Iraci Aparecida Rocha, seu grande amor,  pai de sete filhos, Débora, Gibran, Vinicius, Gabriela e Bernardo, e ainda seus enteados Camila e Marcelo. Avô de Igor, Matias, Marina, Benjamim e Antonella.

É natural de São Bento do Sul, depois veio para Joinville, onde residiu por alguns períodos, aproximadamente morou em nossa cidade nos anos de 1978 a 1980, retornou em 1982 ficando até 1991, voltou para Joinville no período de 2008 a 2012. Quando deixou a Manchester Catarinense e passou a residir em Barra Velha. E quem quiser visitá-lo é só dirigir-se a Rua Vasco da Gama, 34, Casa 2, Quinta dos Açorianos.

Donald é membro da Academia de Letras e Artes de São Francisco do Sul.

Membro do Conselho Fiscal do Instituto de Cultura e Educação (Organizador da Feira do Livro de Joinville). Ex-presidente da Associação das Letras, que conta com uma centena de associados de vários municípios de Santa Catarina e outros Estados. Criador do espetáculo Semeador do qual participa com declamações poéticas desde a primeira edição.

Donald é um grande cronista catarinense.

Foi cronista semanal  do Jornal Evolução, de São Bento do Sul, de 1991 a 1996.

Foi cronista semanal  do Jornal A Notícia, de 1996 a 1998.

Foi cronista do jornal  Notícias do Dia, de Joinville, de abril de 2008 até dezembro de 2016.

É cronista semanal do jornal A Gazeta, de São Bento do Sul, desde janeiro de 2001.

É cronista do jornal eletrônico FazerAqui, de Joinville.

É cronista do jornal Folha Parati, de Barra Velha.

Tendo publicado mais de 1.400 crônicas.

Donald publicou os seguintes livros:

– Grafite –  poemas, 1991- uma edição de 1.000 exemplares.

– Cabeça de Vento – poemas,  1993 – 2.000 exemplares.

– Flechas – poema, 2006 –1.000 exemplares.

– Pequenas histórias de São Bento – 2010, depoimentos, 1900 exemplares

– Pequenas histórias de São Bento – Volume II, 2013,  depoimentos, 1400 exemplares

– O bálsamo do labor da cigarra – 2013, crônicas, 600 exemplares.

– História da Polícia Militar Ambiental de Santa Catarina – 2019 – 3.700 exemplares.

– Participou de várias antologias.

 

Desde que aprendeu as primeiras letras, a literatura sempre andou ao seu lado, lia muito e constantemente e já nos primeiros anos do primário, colocava no papel o que sentia e o que observava.

Na escola, os melhores momentos  eram os ditados, as descrições, redações e os longos “pontos” de História que eram passados no quadro-negro. Gibis e livros infantis eram companheiros fiéis.  Com  10 anos,  foi apresentado ao “Pequeno Príncipe” e a Mark Twain, através de “As aventuras de Tom Sawyer”. De lá para cá, centenas de escritores,  dos mais diversos gêneros, lhe fazem companhia.

A poesia esta em sua veia desde cedo. Seu primeiro livro de poemas como vimos foi editado no ano de 1991, chamado Grafite, entre os seus poemas apresento um neste momento:

 

SER POETA

 

Não, poeta não!

Operário das palavras,

talvez

A montar blocos

Que as almas sentem

Vão lapidar.

 

Não! Poeta, não!

Trabalhador das Letras,

talvez

A amontoar sons

Que os ouvidos que vibram

Vão harmonizar.

 

Não, poeta não!

Operário,

Trabalhador,

Poemador,

talvez.

 

LIBERDADE

 

Riscaram meu verso,

Deixaram as molduras vazias

E amargos, os vinhos

De tanto tempo guardados.

Também ao vento trancaram

E fecharam as portas

Da imensa lembrança.

Entupiram meus ouvidos

E arrebentaram

As cordas da canção.

 

Mas, na parede rachada,

Esqueceram pequena fresta.

E ainda posso ver

O mar.

 

 

Donald é poeta sim, e traz influências de Mila Ramos e Alcides Buss.

Más,  se diz um apaixonado por crônicas.

Donald lê de tudo, porém a literatura de conversão religiosa é o único tipo literário do qual ele não  é adepto; embora a leitura bíblica sim.

Donald é ainda colaborador da revista Francisca, onde, além de escrever, participa do Conselho Editorial.

Seu compromisso com a literatura vai além do escrever, foi presidente da União São-bentense de Escritores e da Associação das Letras, de Joinville.

Tenho um grande carinho por este nobre amigo, pois foi ele e sua equipe de diretores da Associação das Letras que me escolheram para ser a nova presidente da Associação, fato que aconteceu em novembro de 2018. Até hoje guardo na lembrança o dia em que ele veio conversar comigo pessoalmente. E de lá pra cá, foram muitas conversas e bons encontros.

Donald ministra oficinas, dá palestras e criou, entre outros: Arrastão das Letras, Escrito na  Areia, sendo também o idealizador do  Semeador.

O projeto Arrastão das Letras (Escritores que vão até as escolas, aproximado o escritor do aluno leitor – difundindo a literatura local) continua em andamento até hoje, tivemos um intervalo em razão da pandemia, mas é um projeto que continua caminhando, e Donald esta junto conosco neste caminhar.

O projeto Semeador, aquele que começou em 2003, quando surgiu a ideia de unir poesia e música ainda permanece. E Donald é peça chave neste projeto que está na sua 18a edição. Mas, acredito que Donald deverá contar um pouco mais desse projeto em seu discurso.

Donald é amigo da maioria dos Acadêmicos da AJL, e estar entre nós certamente fortalecerá laços de amizade e compartilhamento de saberes.

Donald seja muito bem-vindo a esta Casa de Amigos, como diz o nosso lema: uma casa de amigos é a melhor casa!

Saudações Acadêmicas.

 

Simone do Nascimento Silva – 1972.

Acadêmica – cadeira 33

Patrono: Plácido Olímpio de Oliveira – 1900 – 1957 = 57 anos

Fundador: Carlos Gomes de Oliveira – 1894 – 1997 = 102 anos

 

Ac. Correspondente Donald Malschitzky

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