Textos Vencedores do Concurso Carlos Adauto Vieira – 3º lugar Ensino Médio

A Academia Joinvilense de Letras tem a satisfação de apresentar os textos dos estudantes vencedores do 3º Concurso Literário Carlos Adauto Vieira, realizado em 2022.

O concurso é promovido pela Academia Joinvilense de Letras e conta com o apoio do Instituto Carlos Roberto Hansen.

3º lugar – Ensino Médio

A chuva, de Rafaela Caroline Valentim Silva

Professor responsável: Matheus Gabriel da Silva Boff

E.E.B. Dr. Tufi Dippe

 

A chuva

 

A chuva vem sem avisar. Podemos até tentar prevê-la em centros meteorológicos, todavia, os resultados nem sempre são exatos, até mesmo quando há uma grande possibilidade.

Quando ela chega, assim, de repente, vai deixando sua marca por onde passa, e, com a ajuda do vento, vem trazendo aquele gostoso cheirinho de terra molhada. No céu, um bocado de nuvens, deixa a paisagem cinzenta, típico de um chuvoso dia de outono. As folhagens de todas as plantas, no cair de cada gota, mostram consigo uma beleza e brilho singulares, revigoradas após um longo período de seca, transmitindo uma sensação de alívio, de paz, pois enfim chegou para nos dar esperança de dias melhores e cheios de vida.

Através da minha janela, vejo e escuto os pássaros cantando, os cachorros latindo, que nem a chuva é capaz de impedir ou atrapalhar o importante dever de nos proteger a cada sinal de perigo, seja ele um pinscher raivoso ou uma simples pessoa passando na rua. Através desta mesma janela, depois de uma refrescante chuva, sinto o ar fresco acariciar meu rosto logo após a chegada do outono, época onde as folhas e a temperatura começam a cair.

Como é bom dormir escutando o som da chuva caindo lá fora, e acordar escutando-a junto ao cantar de pássaros felizes. Revivemos, na memória, bons momentos como em uma simples volta para casa, onde num domingo em família, tomamos aquele banho de chuva ao final do dia vendo o sol se pondo. E então corremos para fugir dela, mas ao mesmo tempo, felizes por nos ter alcançado, chuva que nos lava de todas as nossas preocupações do dia a dia e nos faz sentirmos como quando éramos crianças, recordando nosso primeiro banho de chuva. São nesses momentos que percebemos que não precisamos de muito para alcançarmos a felicidade.

Quando, na quantidade certa, a chuva nos lava, vem trazendo vida e resgatando aquelas que estão quase sem esperança, como uma planta murcha esquecida que espera sedenta a sua chegada. Quão bela é a paisagem depois de um assustador temporal, que faz surgir no céu um lindo arco-íris repleto de cores, nos mostrando que nem tudo está perdido e que depois de uma tempestade, ao final do arco-irisado, há uma recompensa, uma boa notícia. Um sopro de esperança.

Ela, acompanhada de um friozinho que nos faz vestirmos camadas e mais camadas de roupas, a andarmos enrolados em uma companheira mantinha, nos colocando como reféns do aconchegante e macio sofá de nossas casas, para assistir àquele filme ou seriado que mais gostamos, sozinhos ou acompanhados daqueles que mais amamos.

A chuva, tão preciosa, o que seríamos sem ela. Fundamental para nossa sobrevivência e a do nosso querido planeta, nem sempre valorizado, mas cheio de belezas e mistérios a serem desvendados.

 

Caroline Valente

 

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