Um sapo herói

A turma da professora Ivete estava alvoroçada naquela manhã de segunda-feira. O que será que estava acontecendo? Ninguém sabe? Eu sei e vou contar.

Quando chegaram na sala de aula as crianças leram o seguinte aviso no quadro de giz:

Tema da Semana: Heróis entre nós!

Em cada cabecinha surgiu um ponto de interrogação. Que heróis conseguiriam encontrar? Será que encontrariam heróis?

– Lembrem-se, disse a jovem professora, herói é herói em todos os sentidos e modos e em primeiro lugar no coração e na alma. É nobre o herói que luta por sua pátria, mais nobre ainda quem luta pela humanidade.

O trabalho seria em equipe e a apresentação na sexta-feira. Durante a semana houve muitos encontros, muita pesquisa, muito trabalho. Na sexta-feira a apresentação foi especial. Surgiram heróis de vários tamanhos. Uma das equipes surpreendeu trazendo uma história bem diferente: “Um sapo herói”.

Os colegas arregalaram os olhos.

– Sapo herói? Falaram em coro.

– Por que não? Falou a professora. Vamos ouvir?

Eles então começaram:

Era uma vez um sapinho bem pequenino chamado Petico que morava com sua família em Sapolândia. Sapolândia era uma lagoa importante governada por um rei, Dom Sapão. Todos os sapos o respeitavam e admiravam sua competência na administração da lagoa. Ele era também muito amigo, procurando sempre o bem-estar dos seus súditos.

Viviam em paz até que da noite para o dia começaram a desaparecer alguns moradores, sem que ninguém soubesse como.

O rei prometeu uma recompensa a quem desvendasse o mistério.

O sapinho Petico propôs-se a investigar, não tanto pelo prêmio, mas porque sentira na pele o problema. Seu melhor amigo havia desaparecido. Sem dizer nada a ninguém começou a montar guarda durante a noite até que descobriu uma enorme cobra que sorrateiramente se aproximou da lagoa e abocanhou um sapinho que dormia sossegado.

Petico sentiu o coração apertado. Foi para casa, mas não conseguiu dormir. Teve então uma ideia que pôs em prática na manhã seguinte. Pegou vários cogumelos que nasciam na beira da lagoa e com eles, colando os pedaços, fez a forma de um sapo. Encharcou-o com veneno e assim que anoiteceu colocou-o no caminho onde a cobra passaria.

Escondeu-se por perto e, para chamar a atenção da malvada, ficou coaxando.

A cobra não contou tempo. Vinha com fome e bem ligeiro engoliu de um só bocado o gordo sapo de cogumelos. Minutos depois estrebuchava no capim.

O sapinho chamou os moradores da lagoa contando sua façanha e, na claridade da lua cheia que surgiu no céu, todos viram a grande cobra morta.

Ficaram admirados com a coragem de Petico. O rei premiou Petico numa grande festa que ofereceu, na qual o pequeno sapo foi abraçado e aclamado como herói.

As crianças todas da classe da professora Ivete aplaudiram a apresentação da equipe porque o que elas mais gostam mesmo é de uma boa história!

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