📚Alcides Buss (Marinaldo)

TEXTO PRESENTE PARA ALCIDES BUSS

A sua forma de vida, vista por um círculo quadrado, esparramou-se a partir da década de 1960. Dizem que chegou marginal, assaltando as gentes com atrocidades poéticas, rebento mostrando nos olhos que o movimento pode ser plácido tanto quanto violento. Cresceu o poeta-meio-de-transporte-inglês a nos levar sempre na vidraça. Seu passeio nos levou por lugares incríveis, alguns que a gente reconhece, outros que reaprende a ver, como um poema escrito no café da manhã, feito “alguém que o encontrasse podia até tomá-lo como seu, já que a poesia ao poeta não pertence, É sempre de quem a quer ou que dela tem fome”. Alcides, descendente do que é forte, é literalmente o norte para tantos poetas. Ensinou, curou, guardou, guariu, pariu, escreveu até aqui tanta literatura, que de tanto bater, a pedra que era dura amoleceu. Nos trouxe O Bolso ou a  Vida, nos trouxe memórias infantis, é junto aos estudantis presença importante, é homem de fazer diamante não só de carvão, mas de outras rimas, igualmente pobres, a ficarem ricas, como emoção, coração e poesia, esta última, conceito ensimesmado em tantos que orna até com palavra alguma, porque vive por si só. Olhando em Janelas para o Mar, brincando de Saber Não Saber, apontando que Viver (não) é Tudo, o poeta fragmenta o que estava inteiro demais, calcificado, e apresenta, pequenos cacos em deleite, nos dá seu peito para adentrar, nos ampara em palavras recortadas para nos remontar.

Alcides Buss
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