Para entender Saramago (Adauto)

PARA ENTENDER E AMAR SARAMAGO

Carlos Adauto Vieira– Cadeira 30 da Academia Joinvilense de Letras.

O primeiro livro que li Dele foi-me presenteado por Amigo Inefável, Colega de Profissão, e que se considera “Meu filho” por filigranas de Amizade que lhe tenho dedicado ao longo das nossas vidas. Até para se casar e ter filho (sem suspeita!!!). Foi o “Todos os nomes “. Um espanto! O lusitano escrevia à revelia da Gramática. O que feria a sensibilidade de ex-aluno da Dona Nonô de Barros; da sua inolvidável irmã, Antonieta; do Professor Barreiros Filho e do Altino Flores. Além do Pombóquinha no Catarinense, apaixonado pela Arte da Composição e do Estilo ao sabor do velho Camilo Castelo Branco. “Superiormente exaltado “pelo patriota Monteiro Lobato, outro purista da “inculta e bela” bilaquiana. Afastei-me do grande autor luso. Até ganhar de presente de amigos joinvilenses, residentes na Suiça, que lhe ouviram uma conferência. Adquirindo, para mim, a sua biografia pesquisada e escrita com a maior seriedade, em edição da Leya, por João Rodrigues Alves, um dos mais novos biógrafos brasileiros. Foi, como diria o próprio Saramago, um desencantamento. Era a chave para ler, entender e amar o Nobel lusitano. Único Nobel em o e Língua Portuguesa. Escrevia errado? Sem pontuação? Qual o quê! Escrevia assim para castigar certos políticos, certos senhores de baraço e cutelo. Nas colônias e em Portugal. Antes e depois da Revolução dos Cravos. Inclusive o impoluto Mário Soares. Até cansar-se desta estupidez política e cultural. Então, foi com Pilar Del Rio para Lanzarote nas Canárias. E lá soltou os seus famosos Cadernos. Que já pude ler com tranqüilidade, entendendo os recados subliminares a partir de “Levantado do Chão” “cuja linguagem lembra a dos nossos “manézinhos” “açoritas”. E foi motivo de outra resenha. Claro que não poucas vezes concordei com colegas de “Cordão” e da Academia Joinvilense de Letras. Para estes e outros recomendo as leituras do Nobel Lusitano e do seu excelente biógrafo, João Marques Lopes.

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