Tropeços do amor (David)

TROPEÇOS DO AMOR
David Gonçalves
Se amavam. Desde criança. Pais não queriam. Interesses. Fizeram de tudo pra azedar. Azedaram.
Aborrecido, José se foi. Pra longe. Lonjuras curam. Mas não curou. Remediou. Maria também ficou sem chão e teto. Casou. Primo rico. Amor se cria? Viajou. Tinha dinheiro. Lá no fundo, o José.
O tempo passou. Ambos sofriam. Então, algo aconteceu. Os casamentos ruíram. Sem amor, ninguém aguenta comer sacos de sal. Assim, voltaram a Quadrínculo, no final de ano, desiludidos, sovados, mundo cinza. Envelhecidos, rotos. Surrados.
Quando se viram, o sol brilhou intenso. Ressuscitaram. Por amor se morre. Por amor se cura. Os pais já tinham morrido. Orgulho e vaidade – o tempo sepulta.
Eles se encontraram na curva da vida, encruzilhada. Pareciam meninos ganhando doce, tão alegres. Seguiram o caminho, nem sempre reto, mas juntos.
Eis, aí, a história: o impossível se dá.
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