Uma palavra chave

Heloísa estava sentada em frente a sua mesa de estudos segurando uma caneta em cima de uma folha de papel em branco. Já fazia algum tempo que estava ali. Parecia até uma estátua. Sua mãe, dona Ana Lúcia, observando o comportamento da menina, que normalmente não tinha muito sossego, perguntou curiosa:

– Está brincando de estátua, Heloísa?

– Não, mamãe. Estou pensando. Não sei como começar a escrever sobre trânsito para a tarefa da escola. É difícil!

– Difícil? Nem acredito que estou ouvindo isto. Você tem sempre tão boas ideias! Em todo caso vou dar uma dica. Comece pensando na palavra chave do trânsito: obediência.

A menina arregalou os olhinhos de uma maneira que só ela sabia arregalar e falou:

– Mamãe, o que a palavra obediência tem a ver com: carro pra lá, bicicleta pra cá, ônibus ali, caminhão aqui?

– Muito! Vamos ver. Primeiramente, se você não obedecer às leis que existem sobre o trânsito vai enfrentar muitas complicações.

– Isto mesmo, completou Ester a irmã mais velha que vinha entrando e ouviu a conversa.

Outra lei que precisamos obedecer é a lei que exige a idade de dezoito anos para dirigir um carro.

– Ah! Sei, sei, disse Heloísa. Com esta ajuda que vocês me deram já estou engrenando o assunto aqui na minha cabecinha. Além dos dezoito anos, tenho que fazer o curso para conseguir a carteira de habilitação, certo?

– Certo, falou dona Ana. No curso, além das normas, você vai aprender todos os sinais que existem no trânsito e vai ver que são muitos!

O pai, senhor Gilmar, estava lendo jornal e ao mesmo tempo assuntando a conversa. Teve uma ideia.

– Que tal darmos uma volta de carro pela cidade para você ver com atenção os sinais, observar o comportamento dos motoristas e dos pedestres? Garanto que vai ter assunto até demais!

– É pra já, concordou a menina, pulando do jeito bem serelepe que era.

Num instante estavam na rua e Heloísa começou a anotar o que via: motoristas desrespeitando a sinalização e correndo demais; pedestres atravessando fora da faixa; crianças no banco da frente; motociclistas sem capacete e uma infinidade de outras coisas que com a ajuda do pai ficou sabendo serem infrações.

Interessante para ela, também, foi a leitura das placas de “mão única”, “proibido entrar à direita ou à esquerda”, “devagar escola” e assim por diante.

Ao voltar para casa contou para a mãe e as irmãs, pois Bruna, a outra irmã, havia chegado, o quanto aprendeu. Estava pronta para desenvolver a tarefa escolar. Não esqueceu de elogiar o pai por ser um bom motorista. E com ar de quem já dominava o assunto concluiu:

– Quando apresentar meu trabalho, quero dizer aos meus colegas que nós podemos desde crianças ir observando a sinalização, memorizando as placas e como disse minha mãe, nunca esquecer a palavra chave do trânsito: obediência!

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