Arvoredo (Elizabeth Fontes)

 

Arvoredo

Elizabeth Fontes

 

Na linha do horizonte

baixo a copa robusta encoberta,

há sombra de abrigar sementes.

Há raiz de descansar silêncios

e mentes.

Há fruta que caiu,

folha que amarelou,

coração que partiu,

flor que desbotou.

Calor e preguiça,

sonolência

a perder de vista.

Todo ano,

cada árvore empalidece

até que a chuva

seja benfazeja.

E recomece.

 

(Do livro “Girassóis nos sapatos”)

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