Drummond e a máquina do mundo (Alcides)
DRUMMOND E A MÁQUINA DO MUNDO
Vivesse hoje, diria o quê
das montanhas de Minas?
Do ferro exposto, lavraria
o testamento dos mortos?
Em cada horizonte deixaria
ruir a saudade até afundar
no silêncio dos ossos?
O doce labor da palavra
seria capaz, ainda,
de fazê-lo crer na poesia?
Drummond, Drummond,
em que lugar guardaste
a solidão das horas felizes?